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19 de Abril de 2024
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    MPF/RJ denuncia sete envolvidos no esquema do mensalão

    há 14 anos

    O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ) ofereceu denúncia contra o ex-procurador da Fazenda Nacional Glênio Sabbad Guedes, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e seus sócios na empresa Tolentino & Melo Associados, Rogério Lanza Tolentino e José Roberto Moreira de Melo. Eles são acusados de envolvimento com o esquema de fraude, corrupção, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e prática de outros crimes que ficou conhecido como mensalão, em maio de 2005. A denúncia foi oferecida pelo procurador da República Antonio do Passo Cabral na 3ª Vara Federal Criminal.

    Na denúncia, o ex-procurador da Fazenda é acusado, entre outras irregularidades, de receber dinheiro do Valerioduto para atuar em favor de bancos (e seus diretores) ligados ao esquema operado pelo empresário, bem como manipular os pareceres e as decisões no Conselho de Recurso Financeiro Nacional (CRSFN), conhecido como Conselhinho, cuja fiscalização é a 2ª instância administrativa, vindo após as decisões do Banco Central (BC) e a Comissão de Valores Mobiliárias (CVM). Também foram denunciados os pais e a companheira de Glênio Sabbad Guedes - Ramon Prestes Guedes de Moraes, Sami Sabbad Guedes e Cibele Gomes Gaicoia respectivamente. Os três ajudavam no esquema de lavagem de dinheiro.

    A denúncia originou-se em razão da existência de disparidades fiscais nas declarações de Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) do ex-procurador da Fazenda confrontadas com a sua abrupta evolução patrimonial. Em razão de seu envolvimento no escândalo do mensalão, foi instaurado um processo administrativo disciplinar na Corregedoria-Geral da Advocacia da União contra o acusado Glênio Guedes para apurar sua conduta funcional, que inclusive veio a gerar o seu afastamento das funções e demissão do cargo,

    As evidências mostraram o aumento repentino do patrimônio dos réus sem justificativa se comparado com a renda declarada de cada um deles. No curso das investigações, a obtenção de outras provas, inclusive com a quebra dos sigilos bancário, fiscal e de dados telefônicos de alguns dos acusados, foi decisiva em revelar de forma consistente a conduta dos denunciados, tanto no que se refere aos atos de corrupção e tráfico de influência, quanto no que tange à lavagem de dinheiro, na tentativa de ocultar e dissimular a origem ilícita dos recursos recebidos. Há dados sigilosos que não podem ser divulgados, mas podemos dizer que o benefício individual de alguns dos acusados passou de R$ 1,5 milhão, e que as decisões favoráveis aos bancos ligados ao mensalão fez com que cerca de R$ 10 milhões não entrassem nos cofres públicos, cancelando, também, sanções pessoalmente aplicadas aos diretores e gestores das instituições. afirma o procurador da República Antonio do Passo Cabral.

    Os denunciados e os crimes praticados:

    - Glênio Sabbad Guedes (procurador da Fazenda Nacional): formação de quadrilha; corrupção passiva; falsificação de documentos públicos; tráfico de influência para beneficiar instituições, empresas e pessoas ligadas ao grupo.

    - Marcos Valério Fernandes de Souza (empresário): formação de quadrilha; corrupção ativa; tráfico de influência para beneficiar instituições, empresas e pessoas ligadas ao grupo.

    - Rogério Lanza Tolentino (advogado): formação de quadrilha, corrupção ativa; tráfico de influência para beneficiar instituições, empresas e pessoas ligadas ao grupo.

    - José Roberto Moreira de Mello (advogado): formação de quadrilha, corrupção ativa; tráfico de influência para beneficiar instituições, empresas e pessoas ligadas ao grupo.

    - Ramon Prestes Guedes de Moraes (advogado/pai de Glênio): lavagem de dinheiro.

    - Sami Sabbad Guedes (mãe de Glênio): lavagem de dinheiro.

    - Cibele Gomes Giacoia (esposa de Glênio): lavagem de dinheiro.

    História do mensalão - Em maio de 2005, o então chefe de Departamento de Contratação e Administração dos Correios, Maurício Marinho, é flagrado recebendo propina em nome do ex-deputado federal Roberto Jefferson. A partir daí, teve início o escândalo do mensalão, em que se revelou, entre outras coisas, a existência de um dos maiores esquemas de corrupção e desvio de recursos públicos já ocorridos no Brasil, envolvendo empresários, políticos, servidores públicos, instituições financeiras, bem como outras pessoas físicas e jurídicas.

    Segundo consta da denúncia oferecida pelo procurador-geral da República ao Supremo tribunal Federal, o esquema estava organizado e dividido em três núcleos principais: núcleo político-partidário, formado por dirigentes do PT e que se encarregava de fixar diretrizes de funcionamento dos demais núcleos; núcleo empresarial, controlado por Marcos Valério e do qual fazia parte o acusado Glênio Sabba Guedes; e o núcleo operacional e financeiro, a cargo de dirigentes dos Bancos Rural e BMG. A organização criminosa se estruturou para a prática de crimes como peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, gestão fraudulenta, além das mais diversas formas de fraude.

    Assessoria de Comunicação Social

    Procuradoria da República no Rio de Janeiro

    Tels.: (21) 2107-9488/9460

    ascom@prrj.mpf.gov.br

    http://twitter.com/MPF_PRRJ

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