EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C PARTILHA DE BENS - IMPUGNAÇÃO À JUSTIÇA GRATUITA - COMPROVAÇÃO DE CAPACIDADE FINANCEIRA - REVOGAÇÃO DO BENEFÍCIO - PARTILHA DE BENFEITORIAS - PEDIDO INEXISTENTE NA PETIÇÃO INICIAL - PARTILHA DE DÍVIDA CONTRAÍDA NA CONSTÂNCIA DA UNIÃO - EXCLUSÃO DA PARTILHA DE DÍVIDA DE FINANCIAMENTO ESTUDANTIL - SENTENÇA REFORMADA EM PARTE. - Não há cogitar em nulidade da sentença por vício "citra petita", se o julgador observou adequadamente os contornos da lide, em consonância com os artigos 141 , 322 , § 2º , 489 , III , 490 e 492 , todos do CPC - A Constituição da Republica, em seu art. 5º, inciso LXXIV, prevê que o "Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos". O magistrado pode indeferir o pedido de concessão da benesse caso vislumbre nos autos elementos que evidenciem a possibilidade de a parte arcar com as custas do processo. Existindo prova de capacidade financeira de a parte suportar os custos da demanda, deve ser revogada a justiça gratuita concedida em primeira instância - Se na inicial a autora pretendeu a partilha do imóvel, constituído por um lote e uma construção, é vedado pedir, posteriormente, a partilha das benfeitorias investidas em reforma da casa, pois a petição inicial delimita o objeto da lide e não pode a parte alterar o pedido e a causa de pedir, após a contestação - O empréstimo bancário contraído na constância da união estável presume-se feito em benefício da entidade familiar, salvo prova de proveito exclusivo de um dos ex-cônjuges, a ser produzida pela parte que alega o fato - A dívida contraída em razão de financiamento estudantil ( FIES )é realizada de forma individual e beneficia exclusivamente o contraente, por se referir ao custeio dos seus estudos, por isso, é considerada excluída da partilha.