AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. LATROCÍNIO TENTADO. RECURSO INTERPOSTO PELO PRÓPRIO PACIENTE. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STF. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE. INOCORRÊNCIA. PLEITO DE DESCLASSIFICAÇÃO DA CONDENAÇÃO PARA O CRIME DE ROUBO QUALIFICADO POR RESULTAR EM LESÃO GRAVE. AGENTE QUE PRATICOU O ROUBO COM ANIMUS NECANDI, E RESULTADO MORTE QUE NÃO SE CONSUMOU POR CIRCUNSTÂNCIAS ALHEIAS À SUA VONTADE. JUÍZO DE FATO FUNDAMENTADO EM ELEMENTOS DE PROVA EXTRAÍDOS DOS AUTOS. INVIÁVEL O APROFUNDADO REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO NECESSÁRIO À DESCLASSIFICAÇÃO. EXASPERAÇÃO DA PENA-BASE. FUNDAMENTAÇÃO. MATÉRIA JÁ EXAMINADA, NO BOJO DO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL N. 1.237.830/SP. REITERAÇÃO DE PEDIDO. FRAÇÃO DE REDUÇÃO DA PENA PELA TENTATIVA. QUANTUM DE DIMINUIÇÃO NO PATAMAR MÍNIMO, DE 1/3. EXTENSÃO PERCORRIDA DO ITER CRIMINIS. MOTIVAÇÃO IDÔNEA. DECISÃO MONOCRÁTICA MANTIDA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. - 'O fato de o agravante não possuir capacidade postulatória não impede o conhecimento do recurso. Segundo a jurisprudência contemporânea da Corte, não é necessário se exigir daquele que impetra a ordem de habeas corpus habilitação legal ou representação para dele recorrer' ( HC nº 102.836 -AgR/PE, Relator para o acórdão o Ministro Dias Toffoli, DJe de 27/2/12)' (HC n.141.316 AgR, Relator (a): Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 5/5/2017, DJe-104 Divulg 18/5/2017 Public 19/5/2017) - Inexiste maltrato ao princípio da colegialidade, pois, consoante disposições do Regimento Interno desta Corte, o Relator deve fazer um estudo prévio da viabilidade do habeas corpus, podendo, inclusive, decidi-lo monocraticamente (art. 34, inciso XX, do RISTJ). Por outro lado, a parte possui mecanismos processuais para submeter a controvérsia ao órgão Colegiado por meio do competente agravo regimental, como no caso, o que supera eventual mácula da decisão singular do relator - Se houve prova de que o acusado agiu com animus necandi, no crime de roubo, não ocorrendo a consumação da morte por circunstâncias alheias à vontade do réu, conclui-se pela ocorrência da tentativa de latrocínio e não do roubo qualificado pela lesão corporal de natureza grave - De ordinário, não é possível, na via do habeas corpus, o exame do pedido de desclassificação da condenação para tipo penal diverso, uma vez que se trata de providência que demanda aprofundado reexame do arcabouço fático-probatório carreado aos autos, o que não se revela consentâneo com o instrumento processual utilizado - No tópico relativo à fundamentação da exasperação da pena-base, o habeas corpus não passou de reiteração de tese defensiva julgada improcedente no Agravo em Recurso Especial n. 1.237.830/SP , não sendo cabível novo reexame - Estando a fração de diminuição da pena aplicada pelo reconhecimento da redutora da tentativa concretamente justificada, com fundamento na proximidade ao resultado morte, não há ilegalidade flagrante a coartar - Agravo regimental em habeas corpus desprovido.
AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO PRATICADO NA CONDUÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR DURANTE A PARTICIPAÇÃO DE COMPETIÇÃO NÃO AUTORIZADA. LEI N. 12.971 /2014. SUBSUNSÃO A DOIS TIPOS PENAIS IGUALMENTE VÁLIDOS E VIGENTES À ÉPOCA DOS FATOS. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DO FAVOR REI. AGRAVO REGIMENTAL PROVIDO E HABEAS CORPUS CONCEDIDO. 1. A Lei n. 12.971 /2014, em vigor à época dos fatos, operou reformas no Código de Trânsito Brasileiro ? CTB foi severamente criticada pela doutrina vez que trouxe em dois tipos penais condutas idênticas com previsões de penas diferentes. 2. A conduta imputada ao paciente e objeto de condenação em primeira e segunda instâncias consistiu em dolosamente participar de competição automobilística ilegal e, culposamente, provocar a morte da vítima, deixando de prestar socorro se adequando tanto aos tipos penais previstos no art. 302 , § 2º , quanto ao art. 308 , § 2º do CTB , na redação da Lei n. 12.971 /2014, vigente à época dos fatos. ?Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. [...] § 2º Se o agente conduz veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência ou participa, em via, de corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente:(Incluído pela Lei nº 12.971 , de 2014 e Revogado pela Lei nº 13 . 281, de 2016). ?Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de risco à incolumidade pública ou privada:(Redação dada pela Lei nº 12.971 , de 2014 e revogada pela Lei nº 13.546 , de 2017) Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. (Redação dada pela Lei nº 12.971 , de 2014) [...]§ 2º Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.971 , de 2014)?. Doutrina sustenta que a pretensa diferença da descrição dos fatos não interfere na adequação típica da conduta, sendo os dois tipos penais, na verdade, idênticos. 3. Não se trata de um conflito aparente de normas que possam ser solucionadas pelos critérios clássicos de solução de antinomias, mas sim de uma norma autofágica, que dentro de si mesma cria incongruência e impede sua aplicação integral. Dentro desse quadro, a doutrina leciona que a norma penal mais branda deve ser aplicada, prestigiando o princípio penal do favor rei. 4. Agravo Regimental provido e habeas corpus concedido de ofício para desclassificar a conduta do paciente do art. 308 , § 2º c/c 304 para o art. 302 , § 2º e § 1º , inciso III , do CTB , todos com a redação dada pela Lei n. 12.971 /2014, vigente à época dos fatos. 5. Afastada a agravante correspondente ao crime ter sido praticado contra pessoa idosa, vez que, tratando-se de crime culposo, tal fato não se encontrava dentro da esfera de conhecimento do autor. 6. Agravo Regimental provido e habeas corpus concedido de ofício.
. : ALBERTO ROSA BRITO PARTE : RAQUEL GONCALVES TAVARES ARCHANJO A.CENTRAL : MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA DECISAO Cuida-se de carta rogatória por meio da qual a Justiça portuguesa solicita que se proceda à afixação de edital relativo à parte interessada, ALBERTO ROSA BRITO, em ação de Justificação no Caso de Morte Presumida....O Ministério Público Federal opinou pela concessão do exequatur com a aplicação do contraditório diferido, "em razão da natureza da ação estrangeira, que …
PENSAO POR MORTE. IMPUGNAÇAO DOS TERMOS DA DECISAO DE INADMISSIBILIDADE DO APELO ESPECIAL. AGRAVO CONHECIDO PARA REAUTUAÇAO EM RECURSO ESPECIAL. DECISAO Trata-se de agravo em recurso especial manejado por UNIAO em face de decisão do TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIAO, que negou admissibilidade a recurso contra acórdão assim ementado: ADMINISTRATIVO. PENSAO POR MORTE CONCEDIDA COM BASE NA LEI 3.373/58. FILHA VÍUVA. MANUTENÇAO. DECADÊNCIA.1....No especial, fundamentado no artigo 105, III, …
A exigência de requisito de invalidez para concessão do benefício de pensão por morte ao pai e ao cônjuge varão afronta o princípio da isonomia. 3. Atendidos os requisitos indispensáveis à concessão do benefício de pensão por morte, - início de prova material da dependência econômica e da atividade rural do instituidor, devidamente corroborado por prova testemunhal sólida, deve ser reformada a sentença que veiculou o indeferimento do pedido exordiano. 4....A exigência de requisito de invalidez …
A impetrante sustenta que a pena-base do crime de lesão corporal seguida de morte foi exasperada sem amparo em fundamentação idônea quanto à vetorial consequências do crime. Requer, liminarmente e no mérito, a concessão da ordem para que a penabase da paciente seja redimensionada, afastando-se o aumento atribuído às consequências do crime. É, no essencial, o relatório. Decido. Em juízo de cognição sumária, verifica-se que inexiste flagrante ilegalidade que justifique o deferimento do pleito …
Neste ponto, argumenta que o instituidor da pensão faleceu na vigência do Decreto-lei nº 1.713 /1939 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, no qual “não havia qualquer óbice à cumulação de pensão por morte e ocupação de cargo público” (eDOC 1, p. 7). Por fim, afirma estarem presentes os requisitos ensejadores da medida cautelar pois, nos termos do art. 7º, III, da Lei nº 12.016/90, o juiz poderá suspender o ato que deu motivo ao pedido, sempre que “houver fundamento relevante e …
Entendo que a cláusula que estabelece o prazo de carência de 12 (doze) meses para a cobertura de morte por doença pré-existente é abusiva, na medida em que tira da seguradora a obrigação de cobrir um risco já assumido quando realizou o contrato, apesar de já haver auferido a contraprestação pecuniária. (..) Assim, nos casos em que não há má-fé entendo ser de direito a cobertura do sinistro, não devendo prevalecer a cláusula restritiva aposto no contrato de adesão firmado (..)." (...) Desta …
O juízo das execuções entendeu preenchido o requisito objetivo conforme cálculo de penas de fls. 76/77, considerando o percentual de 40% da pena do crime hediondo com resultado morte. Ressalte-se que tal percentual (40%) deve ser aplicado ao apenado condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se for primário e do crime não resultar morte , o que não é o caso dos autos, eis que se trata de reeducando reincidente não específico condenado por crime com resultado morte . Observe-se …
PENSAO POR MORTE. EXCLUSAO DE EXCÔNJUGE SEM DEPENDÊNCIA ECONÔMICA. CORREÇAO MONETÁRIA E JUROS DE MORA. FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. DIFERIMENTO. IMEDIATA IMPLANTAÇAO. 1. Ao tempo da morte do instituidor da pensão o casamento não mais subsistia. Nessa época não foi provado que o ex-cônjuge dependesse economicamente do instituidor. Não há direito à pensão por morte pelo ex-cônjuge, que deve ser excluído do concurso à renda do benefício. 2....Determinada a imediata cessação da quota outorgada …