TJ-MS - : XXXXX20168120000 MS XXXXX-89.2016.8.12.0000
E M E N T A – AGRAVO – EMBARGOS À EXECUÇÃO – CEDULA DE PRODUTO RURAL – IMPUGNAÇÃO DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA – DECISÃO QUE TEM POR FUNDAMENTO A MEDIDA PROVISÓRIA N. 2.172- 32 /2001 – CONSTITUCIONALIDADE DO ATO NORMATIVO – EMENDA CONSTITUCIONAL N. 32/2001 QUE AUTORIZOU QUE AS MEDIDAS PROVISÓRIAS ANTERIORES CONTINUEM EM VIGOR ATÉ QUE SEJAM REVOGADAS – A ANÁLISE DA RELEVÂNCIA, DA URGÊNCIA OU DA MATÉRIA DA MEDIDA PROVISÓRIA, EM REGRA, ESBARRAM NA DISCRICIONARIEDADE ADMINISTRATIVA - VEROSSIMILHANÇA DA ALEGAÇÃO DE PRÁTICA DE ALTA TAXA DE JUROS – ELEMENTOS DE PROVA QUE DEMONSTRAM A CONVERSÃO DE DÍVIDAS ANTERIORES NA CEDULA DE PRODUTO RURAL COM VALOR BEM MAIS ALTO - RECURSO IMPROVIDO. É constitucional a Medida Provisória n. 2.172-32/2001, sendo que a relevância ou a urgência para a edição e a matéria do referido ato normativo são questões afetas à discricionariedade administrativa e não podem ser apreciadas pelo Poder Judiciário, salvo em caso de abuso. A reedição e o fato de não ter sido convertida em lei não afeta a constitucionalidade, eis que a Emenda Constitucional n. 32 /2001 autorizou que as Medidas Provisórias anteriores a sua publicação continuem em vigor até que sejam revogadas explicitamente ou sejam deliberadas pelo Congresso Nacional. Segundo dispõe o artigo 3º da MP n. 2.172-32/2001, havendo verossimilhança da alegação de usura, cabe ao credor provar a regularidade jurídica da obrigação, autorizando a inversão do ônus da prova. Demonstra a verossimilhança da alegação de usura, além de outros elementos de prova, o depoimento do credor de que a origem da cedula de produto rural executada consiste em dívidas recentes com valores bem inferiores, convertidas no título de crédito com valor superior, caracterizando a incidência de alta taxa de juros.