DIREITO CONSTITUCIONAL E ELEITORAL. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. RESOLUÇÃO Nº 22.610/2007 DO TSE. INAPLICABILIDADE DA REGRA DE PERDA DO MANDATO POR INFIDELIDADE PARTIDÁRIA AO SISTEMA ELEITORAL MAJORITÁRIO. 1. Cabimento da ação. Nas ADIs 3.999/DF e 4.086/DF, discutiu-se o alcance do poder regulamentar da Justiça Eleitoral e sua competência para dispor acerca da perda de mandatos eletivos. O ponto central discutido na presente ação é totalmente diverso: saber se é legítima a extensão da regra da fidelidade partidária aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário. 2. As decisões nos Mandados de Segurança 26.602, 26.603 e 26.604 tiveram como pano de fundo o sistema proporcional, que é adotado para a eleição de deputados federais, estaduais e vereadores. As características do sistema proporcional, com sua ênfase nos votos obtidos pelos partidos, tornam a fidelidade partidária importante para garantir que as opções políticas feitas pelo eleitor no momento da eleição sejam minimamente preservadas. Daí a legitimidade de se decretar a perda do mandato do candidato que abandona a legenda pela qual se elegeu. 3. O sistema majoritário, adotado para a eleição de presidente, governador, prefeito e senador, tem lógica e dinâmica diversas da do sistema proporcional. As características do sistema majoritário, com sua ênfase na figura do candidato, fazem com que a perda do mandato, no caso de mudança de partido, frustre a vontade do eleitor e vulnere a soberania popular ( CF , art. 1º , parágrafo único ; e art. 14, caput). 4. Procedência do pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade.
Encontrado em: (CONSEQUÊNCIA, INFIDELIDADE PARTIDÁRIA, CONSTITUIÇÃO DE 1988) MS 20927 (TP), MS 23405 (TP). (PROPAGANDA ELEITORAL GRATUITA, RÁDIO, TELEVISÃO) ADI 4430 (TP)....(FIDELIDADE PARTIDÁRIA, ELEIÇÃO PROPORCIONAL) MS 26603 (TP), MS 26602 (TP), MS 26604 (TP).
Consulta. Questionamento sobre infidelidade partidária: 1. Se há desvinculação automática de parlamentar ou membro do executivo detentor de mandato eletivo que assina manifesto de criação de novo partido político. 2. Se partidopolítico em constituição , sem registro no Tribunal Superior Eleitoral, pode ter funcionamento parlamentar. 3. Se por pertencer ao partido político o mandato parlamentar, poderia a agremiação aplicar seu regimento interno para os filiados que incidiremem infidelidade partidária na fase de pré-registro eleitoral de novo partido político. Consulta respondida negativamente quanto à primeira e à terceira perguntas e não conhecida quanto à segunda pergunta.
REPRESENTAÇÃO. INFIDELIDADE PARTIDÁRIA. INADIMPLÊNCIA da contribuição PARTIDÁRIA MENSAL. NÃO CONFIGURAÇÃO DA HIPÓTESE LEGAL QUE AUTORIZA A POSTULAÇÃO. UTILIZAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DA AÇÃO DE COBRANÇA. INEXISTÊNCIA DE MATÉRIA ELEITORAL. Falta de utilidade prática da demanda. Falta de pressuposto DE CONSTITUIÇÃO VÁLIDA DO PROCESSO. EXTINÇÃO DO FEITO, sem resolução do mérito. INTELIGÊNCIA DO Art. 485 , VI , do CPC .
REPRESENTAÇÃO. INFIDELIDADE PARTIDÁRIA. INADIMPLÊNCIA da contribuição PARTIDÁRIA MENSAL. NÃO CONFIGURAÇÃO DA HIPÓTESE LEGAL QUE AUTORIZA A POSTULAÇÃO. UTILIZAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DA AÇÃO DE COBRANÇA. INEXISTÊNCIA DE MATÉRIA ELEITORAL. Falta de utilidade prática da demanda. Falta de pressuposto DE CONSTITUIÇÃO VÁLIDA DO PROCESSO. EXTINÇÃO DO FEITO, sem resolução do mérito. INTELIGÊNCIA DO Art. 485 , VI , do CPC .
REPRESENTAÇÃO. INFIDELIDADE PARTIDÁRIA. INADIMPLÊNCIA da contribuição PARTIDÁRIA MENSAL. NÃO CONFIGURAÇÃO DA HIPÓTESE LEGAL QUE AUTORIZA A POSTULAÇÃO. UTILIZAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DA AÇÃO DE COBRANÇA. INEXISTÊNCIA DE MATÉRIA ELEITORAL. Falta de utilidade prática da demanda. Falta de pressuposto DE CONSTITUIÇÃO VÁLIDA DO PROCESSO. EXTINÇÃO DO FEITO, sem resolução do mérito. INTELIGÊNCIA DO Art. 485 , VI , do CPC .
REPRESENTAÇÃO. INFIDELIDADE PARTIDÁRIA. INADIMPLÊNCIA da contribuição PARTIDÁRIA MENSAL. NÃO CONFIGURAÇÃO DA HIPÓTESE LEGAL QUE AUTORIZA A POSTULAÇÃO. UTILIZAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO COMO SUCEDÂNEO DA AÇÃO DE COBRANÇA. INEXISTÊNCIA DE MATÉRIA ELEITORAL. Falta de utilidade prática da demanda. Falta de pressuposto DE CONSTITUIÇÃO VÁLIDA DO PROCESSO. EXTINÇÃO DO FEITO, sem resolução do mérito. INTELIGÊNCIA DO Art. 485 , VI , do CPC .
PETIÇÃO AÇÃO DO PARTIDO - PERDA DE CARGO ELETIVO ALEGAÇÃO - INFIDELIDADE PARTIDÁRIA - AÇÃO DO FILIADO - DECLARATÓRIA - JUSTIFICAÇÃO DE DESFILIAÇÃO PARTIDÁRIA - VEREADOR EXPULSÃO PELO PARTIDO AUSÊNCIA DE DESLIGAMENTO VOLUNTÁRIO. DESCARACTERIZAÇÃO DA INFIDELIDADE PARTIDÁRIA. JUSTA CAUSA. 1. São justas causas para a desfiliação partidária as previstas no parágrafo único do art. 22-A da Lei nº 9.096 /96; hipóteses que se veem suplantadas pelo ato de expulsão, cuja natureza retira do detentor do mandato eletivo a possibilidade material de praticar a infidelidade, uma vez que já foi excluído dos quadros de filiados do Partido. 2. A jurisprudência é firme em ser incabível a propositura de ação de perda de cargo eletivo por desfiliação partidária se o partido expulsa o mandatário da legenda, pois a questão alusiva à infidelidade partidária envolve o desligamento voluntário da agremiação. Precedentes do TSE e deste Regional. 3. Comprovada a ocorrência da expulsão, impõe-se a extinção do processo proposto pelo Partido sem resolução de mérito, por ausência de interesse processual, bem como a procedência do feito proposto pelo parlamentar, para declarar a existência de justa causa para a desfiliação do requerente.
EMENTA Ações diretas de inconstitucionalidade. Julgamento conjunto da ADI nº 4.430 e da ADI nº 4.795. Artigo 45 , § 6º , e art. 47 , incisos I e II, da Lei nº 9.504 /97 ( Lei das Eleicoes ). Conhecimento. Possibilidade jurídica do pedido. Propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Inconstitucionalidade da exclusão dos partidos políticos sem representação na Câmara dos Deputados. Violação do art. 17 , § 3º , da Constituição Federal . Critérios de repartição do tempo de rádio e TV. Divisão igualitária entre todos os partidos que lançam candidatos ou divisão proporcional ao número de parlamentares eleitos para a Câmara dos Deputados. Possibilidade constitucional de discriminação entre partidos com e sem representação na Câmara dos Deputados. Constitucionalidade da divisão do tempo de rádio e de televisão proporcionalmente à representatividade dos partidos na Câmara Federal. Participação de candidatos ou militantes de partidos integrantes de coligação nacional nas campanhas regionais. Constitucionalidade. Criação de novos partidos políticos e as alterações de representatividade na Câmara dos Deputados. Acesso das novas legendas ao rádio e à TV proporcionalmente ao número de representantes na Câmara dos Deputados (inciso II do § 2º do art. 47 da Lei nº 9.504 /97), considerada a representação dos deputados federais que tenham migrado diretamente dos partidos pelos quais foram eleitos para a nova legenda no momento de sua criação. Momento de aferição do número de representantes na Câmara Federal. Não aplicação do § 3º do art. 47 da Lei 9.504 /97, segundo o qual, a representação de cada partido na Câmara Federal é a resultante da última eleição para deputados federais. Critério inaplicável aos novos partidos. Liberdade de criação, fusão e incorporação de partidos políticos (art. 17 , caput, CF/88 ). Equiparação constitucional. Interpretação conforme. 1. O não conhecimento da ADI nº 1.822/DF , Relator o Ministro Moreira Alves, por impossibilidade jurídica do pedido, não constitui óbice ao presente juízo de (in) constitucionalidade, em razão da ausência de apreciação de mérito no processo objetivo anterior, bem como em face da falta de juízo definitivo sobre a compatibilidade ou não dos dispositivos atacados com a Constituição Federal . A despeito de o pedido estampado na ADI nº 4.430 se assemelhar com o contido na ação anterior, na atual dimensão da jurisdição constitucional, a solução ali apontada não mais guarda sintonia com o papel de tutela da Lei Fundamental exercido por esta Corte. O Supremo Tribunal Federal está autorizado a apreciar a inconstitucionalidade de dada norma, ainda que seja para dela extrair interpretação conforme à Constituição Federal , com a finalidade de fazer incidir conteúdo normativo constitucional dotado de carga cogente cuja produção de efeitos independa de intermediação legislativa. 2. A exclusão da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão das agremiações partidárias que não tenham representação na Câmara Federal representa atentado ao direito assegurado, expressamente, no § 3º do art. 17 da Lei Maior , direito esse indispensável à existência e ao desenvolvimento desses entes plurais e, sem o qual, fica cerceado o seu direito de voz nas eleições, que deve ser acessível a todos os candidatos e partidos políticos. 3. A solução interpretativa pela repartição do horário da propaganda eleitoral gratuita de forma igualitária entre todos os partidos partícipes da disputa não é suficiente para espelhar a multiplicidade de fatores que influenciam o processo eleitoral. Não há igualdade material entre agremiações partidárias que contam com representantes na Câmara Federal e legendas que, submetidas ao voto popular, não lograram eleger representantes para a Casa do Povo. Embora iguais no plano da legalidade, não são iguais quanto à legitimidade política. Os incisos I e II do § 2º do art. 47 da Lei nº 9.504 /97, em consonância com o princípio da democracia e com o sistema proporcional, estabelecem regra de equidade, resguardando o direito de acesso à propaganda eleitoral das minorias partidárias e pondo em situação de privilégio não odioso aquelas agremiações mais lastreadas na legitimidade popular. O critério de divisão adotado – proporcionalidade à representação eleita para a Câmara dos Deputados – adéqua-se à finalidade colimada de divisão proporcional e tem respaldo na própria Constituição Federal , que faz a distinção entre os partidos com e sem representação no Congresso Nacional, concedendo certas prerrogativas, exclusivamente, às agremiações que gozam de representatividade nacional (art. 5º, LXX, a; art. 103, VIII; art. 53, § 3º; art. 55, §§ 2º e 3º; art. 58, § 1º). 4. O conteúdo do art. 45 , § 6º , da Lei nº 9.504 /97 não afronta a exigência de observância do caráter nacional pelos partidos políticos, reforçando, ao contrário, as diretrizes de tal exigência constitucional, ao possibilitar ao partido político que se utilize, na propaganda eleitoral em âmbito regional, da imagem e da voz de candidato ou militante de partido político que integre a sua coligação em âmbito nacional. Cabe à Justiça Eleitoral ponderar sobre eventuais abusos e excessos na participação de figuras nacionais nas propagandas locais. 5. A história dos partidos políticos no Brasil e a adoção do sistema proporcional de listas abertas demonstram, mais uma vez, a importância do permanente debate entre “elites locais” e “elites nacionais” no desenvolvimento de nossas instituições. O sistema eleitoral brasileiro de representação proporcional de lista aberta surgiu, exatamente, desse embate, resultado que foi da conjugação de nossa ausência de tradição partidária com a força das nossas bases eleitorais regionais. 6. Extrai-se do princípio da liberdade de criação e transformação de partidos políticos contido no caput do art. 17 da Constituição da Republica o fundamento constitucional para reputar como legítimo o entendimento de que, na hipótese de criação de um novo partido, a novel legenda, para fins de acesso proporcional ao rádio e à televisão, leva consigo a representatividade dos deputados federais que, quando de sua criação, para ela migrarem diretamente dos partidos pelos quais foram eleitos. Não há razão para se conferir às hipóteses de criação de nova legenda tratamento diverso daquele conferido aos casos de fusão e incorporação de partidos (art. 47 , § 4º , Lei das Eleicoes ), já que todas essas hipóteses detêm o mesmo patamar constitucional (art. 17 , caput, CF/88 ), cabendo à lei, e também ao seu intérprete, preservar o sistema. Se se entende que a criação de partido político autoriza a migração dos parlamentares para a novel legenda, sem que se possa falar em infidelidade partidária ou em perda do mandato parlamentar, essa mudança resulta, de igual forma, na alteração da representação política da legenda originária. Note-se que a Lei das Eleicoes , ao adotar o marco da última eleição para deputados federais para fins de verificação da representação do partido (art. 47 , § 3º , da Lei 9.504 /97), não considerou a hipótese de criação de nova legenda. Nesse caso, o que deve prevalecer não é o desempenho do partido nas eleições (critério inaplicável aos novos partidos), mas, sim, a representatividade política conferida aos parlamentares que deixaram seus partidos de origem para se filiarem ao novo partido político, recém criado. Essa interpretação prestigia, por um lado, a liberdade constitucional de criação de partidos políticos (art. 17 , caput, CF/88 ) e, por outro, a representatividade do partido que já nasce com representantes parlamentares, tudo em consonância com o sistema de representação proporcional brasileiro. 7. Continência entre os pedidos da ADI nº 4.430 e da ADI nº 4.795. Uma vez que se assenta a constitucionalidade do § 6º do art. 45 da Lei 9.504 /97 e que o pedido maior, veiculado na ADI nº 4.430, autoriza o juízo de constitucionalidade sobre os vários sentidos do texto impugnado, inclusive aquele referido na ADI nº 4.795, julga-se parcialmente procedente o pedido da ADI nº 4.430, no sentido de i) declarar a inconstitucionalidade da expressão “e representação na Câmara dos Deputados” contida na cabeça do § 2º do art. 47 da Lei nº 9.504 /97 e ii) dar interpretação conforme à Constituição Federal ao inciso IIdo § 2º do art. 47 da mesma lei, para assegurar aos partidos novos, criados após a realização de eleições para a Câmara dos Deputados, o direito de acesso proporcional aos dois terços do tempo destinado à propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, considerada a representação dos deputados federais que migrarem diretamente dos partidos pelos quais foram eleitos para a nova legenda no momento de sua criação. Por conseguinte, fica prejudicado o pedido contido na ADI nº 4.795.
Encontrado em: (DESTINAÇÃO, PROPAGANDA PARTIDÁRIA) ADI 2677 MC (TP). (FIDELIDADE PARTIDÁRIA, MODIFICAÇÃO, PARTIDO, CASSAÇÃO DE MANDATO ELETIVO) MS 20927 (TP), MS 26603 (TP), MS 26602 (TP), MS 26604 (TP)....(PARTIDO POLÍTICO, COLIGAÇÃO PARTIDÁRIA, DISTRIBUIÇÃO, MANDATO, LEGISLATURA) MS 30260 (TP), MS 30272 (TP). (EMENDA CONSTITUCIONAL, RESTRIÇÃO, AUTONOMIA, COLIGAÇÃO PARTIDÁRIA) ADI 3685 (TP)....(DEFINIÇÃO, COLIGAÇÃO PARTIDÁRIA) MS 30380 MC. - Acórdão (s) citado (s) - outros tribunais: TSE: Acórdão 8427, MS 746 , MS 754 .