Citando a Bíblia e a força da Igreja Católica no Brasil, o ministro Março Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do processo em julgamento sobre o direito de as gestantes interromperem a gravidez nos casos em que há fetos anencéfalos (malformação do tubo neural), votou hoje (11) a favor do direito ao aborto nesses casos. Segundo ele, compete à Corte Suprema assegurar o direito à escolha das gestantes que estão grávidas de fetos anencéfalos. O relator lembrou que o Brasil é um Estado laico (quando a religião não interfere nas decisões do Estado): "O Estado não é religioso nem ateu. O Estado é simplesmente neutro. O direito não se submete à religião", ressaltou. "Estão em jogo a privacidade, a autonomia e a dignidade humana dessas mulheres. Hão de ser respeitadas tanto as que optem por prosseguir a gravidez quanto as que prefiram interromper a gravidez para pôr fim ou minimizar um estado de sofrimento" , disse o ministro. "Não se pode exigir da mulher aquilo que o Estado