PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA GAB. DES. RICARDO VITAL DE ALMEIDA APELAÇÃO CRIMINAL N. XXXXX-27.2017.8.15.0141 ORIGEM: 2ª VARA MISTA DA COMARCA DE CATOLÉ DO ROCHA RELATOR: DESEMBARGADOR RICARDO VITAL DE ALMEIDA 01 APELANTE S : JOSÉ DA SILVA OLIVEIRA E JEFFERSON NÓBREGA DE BRITO ADVOGADO: JOSÉ WELITON DE MELO (OAB/PB 0921) 02 APELANTE: WELISSON FERREIRA DA SILVA ADVOGADO: VALDEMIR DE SOUSA VERAS (OAB/PB 26.737) E JOSÉ VENÂNCIO DE PAULA NETO (OAB/PB 6.137) APELADA: JUSTIÇA PÚBLICA ESTADUAL APE LAÇÃO CRIMINAL. CRIME DE ROUBO MAJORADO (ART. 157 , § 2º , I E II , DO CP ) E CORRUPÇÃO DE MENORES. CONDENAÇÃO. IRRESIGNAÇÃO DEFENSIVA . 1. PRELIMINAR DE NULIDADE EM RAZÃO DE IRREGULARIDADE OCORRIDA NA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO - LEITURA DE DEPOIMENTO PRESTADO NA FASE INQUISITORIAL. VÍCIO INEXISTENTE. LEITURA PRÉVIA DOS DEPOIMENTOS POLICIAIS (TESTEMUNHAS). PRESENÇA DA DEFESA E DA ACUSAÇÃO. RESPEITADO O CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. REJEIÇÃO . MÉRITO. 2. PLEITO DE ABSOLVIÇÃO POR INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA QUANTO AO CRIME DE ROUBO (COMUM AOS APELANTES JOSÉ DA SILVA E JEFFERSON NÓBREGA ). NÃO ACOLHIMENTO . NARRATIVA E CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME QUE SE AMOLDAM AO TIPO PENAL ROUBO. TESE DEFENSIVA DESACOMPANHADA DE MÍNIMO RESPALDO. MERAS ALEGAÇÕES. IMPOSSIBILIDADE. MATERIALIDADE E AUTORIA INCONTESTES. DECLARAÇÃO DAS VÍTIMAS E TESTEMUNHAS. CORROBORADA POR OUTRAS PROVAS JUDICIALIZADAS. CONJUNTO PROBATÓRIO HÁBIL E CONTUNDENTE. DECRETO CONDENATÓRIO SUFICIENTEMENTE EMBASADO. MA NUTENÇÃO DA CONDENAÇÃO QUE SE IMPÕE. 3. PRETENSA ABSOLVIÇÃO DO CRIME DE CORRUPÇÃO DE MENOR ( WELISSON FERREIRA DA SILVA ) . NÃO ACOLHIMENTO . CRIME FORMAL. MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS. PROVA ORAL UNÍSSONA EM AFIRMAR A PARTICIPAÇÃO DO ADOLESCENTE NA PERPETRAÇÃO DOS DELITOS. RELEVÂNCIA DA PALAVRA DOS OFENDIDOS. MANUTENÇÃO. 4 . PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA (CP, ART. 29, § 1º) - RÉU WELISSON FERREIRA DA SILVA INVIABILIDADE . CONJUNTO PROBATÓRIO CONTUNDENTE. LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO DO MAGISTRADO SENTENCIANTE FUNDADO EM PROVAS CONSTANTES DOS AUTOS. CONDUTA ATIVA DO RÉU NA PRÁTICA DELITIVA, NÃO SENDO MERA PARTICIPAÇÃO. COAUTORIA CARACTERIZADA . 5 . DOSIMETRIA - PLEITO DE REDUÇÃO DA PENA. 5 .1. DA S PENA S DE JOSÉ DA SILVA OLIVEIRA E JEFFERSON NÓBREGA DE BRITO . 5 . 1.1. CRIMES DE ROUBOS (2 VÍTIMAS) . 1ª FASE : VALORAÇÃO IDÔNEA CONCRETA E NEGATIVA DE 01 VETOR (CULPABILIDADE) . PENA BASE FIXADA EM 04 ANOS E 09 MESES DE RECLUSÃO. 2 ª FASE : AUSENTE AGRAVANTE, RECONHECIDA A ATENUANTE DA MENORIDADE RELATIVA. PENA REDUZIDA AO MÍNIMO LEGAL DE 04 ANOS DE RECLUSÃO. 3 ª FASE : RECONHECIMENTO DE DUAS CAUSAS DE AUMENTO DA PENA (EMPREGO DE ARMA DE FOGO E CONCURSO DE PESSOAS). AUMENTO DA PENALIDADE EM PATAMAR SUPERIOR AO MÍNIMO. AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO COM BASE EM ELEMENTOS CONCRETOS. IMPOSSIBILIDADE. INFRINGÊNCIA A SÚMULA 443 DO STJ. REPRIMENDA PENAL ADITADA NA FRAÇÃO MÍNIMA DE 1/3 (UM TERÇO). RESULTANDO NUMA PENA DE 05 ANOS E 04 MESES DE RECLUSÃO, PARA CADA CRIME . 5 . 1.2. DELITO DE CORRUPÇÃO DE MENORES . 1ª FASE : NEGATIVAÇÃO DE 01 CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL DO ART. 59 DO CP (CULPABILIDADE). EMBASAMENTO HÁBIL PARA NEGATIVAR A REFERIDA MODULAR. EM 2 ª FASE : AUSENTE AGRAVANTE, RECONHECIDA A ATENUANTE DA MENORIDADE RELATIVA. PENA REDUZIDA EM 1/6 (UM SEXTO), RESULTANDO EM 01 ANO, 03 MESES DE RECLUSÃO, REPRIMENDA QUE SE TORNA DEFI NI TIVA, AUSENTE CAUSAS DE ALTERAÇÃO A CONSIDERAR NA 3 ª FASE. NECESSIDADE DE RECONHECIMENTO DO CONCURSO FORMAL PRÓPRIO NO CASO CONCRETO. POSSIBILIDADE . MESMA AÇÃO RESULTANDO EM TRÊS DELITOS, NUM SÓ MOMENTO. ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL DOMINANTE NO STJ E NESTA CORTE. UNIDADE DE DESÍGNIOS NA AÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 70, 1ª PARTE, DO CP . SISTEMA DE EXASPERAÇÃO. DOIS CRIMES DE ROUBO E UM DE CORRUPÇÃO DE MENORES. UTILIZAÇÃO DA MAIOR PENA APLICADA E AUMENTO EM 1/5 (UM QUINTO). PENA DEFINITIVA PARA CADA RECORRENTE EM 06 ANOS E 04 MESES E 24 DIAS DE RECLUSÃO, ALÉM DE 28 DIAS-MULTA , Á RAZÃO MÍNIMA, A SER CUMPRIDA EM REGIME SEMIABERTO. 5 . 2 . DA PENA DE WELISSON FERREIRA DA SILVA – ANÁLISE EX OFFÍCIO. 5 . 2 . 1. CRIMES DE ROUBOS (2 VÍTIMAS) . 1ª FASE : VALORAÇÃO IDÔNEA CONCRETA E NEGATIVA DE 01 CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL (CULPABILIDADE) . PENA BASE FIXADA EM 04 ANOS E 09 MESES DE RECLUSÃO. 2 ª FASE : AUSENTE AGRAVANTE, RECONHECIDA A ATENUANTE DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA. PENA REDUZIDA AO MÍNIMO LEGAL DE 04 ANOS DE RECLUSÃO. 3 ª FASE : RECONHECIMENTO DE DUAS CAUSAS DE AUMENTO DA PENA (EMPREGO DE ARMA DE FOGO E CONCURSO DE PESSOAS). AUMENTO DA PENALIDADE EM PATAMAR SUPERIOR AO MÍNIMO. AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO COM BASE EM ELEMENTOS CONCRETOS. IMPOSSIBILIDADE. INFRINGÊNCIA A SÚMULA 443 DO STJ. REPRIMENDA PENAL ADITADA NA FRAÇÃO MÍNIMA DE 1/3 (UM TERÇO). RESULTANDO NUMA PENA DE 05 ANOS E 04 MESES DE RECLUSÃO . 5 . 2 .2. DELITO DE CORRUPÇÃO DE MENORES . 1ª FASE : NEGATIVAÇÃO DE 01 VETOR DO ART. 59 DO CP (CULPABILIDADE). EMBASAMENTO HÁBIL PARA NEGATIVAR A REFERIDA MODULAR. EM 2 ª FASE : AUSENTE AGRAVANTE, RECONHECIDA A ATENUANTE DA MENORIDADE RELATIVA. PENA REDUZIDA EM 1/6 (UM SEXTO), RESULTANDO EM 01 ANO, 03 MESES DE RECLUSÃO, REPRIMENDA QUE SE TORNA DEFI NI TIVA, AUSENTE CAUSAS DE ALTERAÇÃO A CONSIDERAR NA 3 ª FASE. NECESSIDADE DE RECONHECIMENTO DO CONCURSO FORMAL PRÓPRIO NO CASO CONCRETO. POSSIBILIDADE . MESMA AÇÃO RESULTANDO EM TRÊS DELITOS, NUM SÓ MOMENTO. ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL DOMINANTE NO STJ E NESTA CORTE. UNIDADE DE DESÍGNIOS NA AÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 70, 1ª PARTE, DO CP . SISTEMA DE EXASPERAÇÃO. DOIS CRIMES DE ROUBO E UM DE CORRUPÇÃO DE MENORES. UTILIZAÇÃO DA MAIOR PENA APLICADA E AUMENTO EM 1/5 (UM QUINTO ). PENA DEFINITIVA EM 06 ANOS E 04 MESES E 24 DIAS DE RECLUSÃO, ALÉM DE 28 DIAS-MULTA , Á RAZÃO MÍNIMA, A SER CUMPRIDA EM REGIME SEMIABERTO. 6 . PROVIMENTO PARCIAL DOS RECURSOS DE JOSÉ DA SILVA OLIVEIRA E JEFFERSON NÓBREGA DE BRITO, PARA REDUZIR A PENA FINAL APLICADA A CADA UM DELES, ANTES FIXADA EM 08 ANOS E 03 MESES DE RECLUSÃO E 50 DIAS-MULTA, EM REGIME FECHADO PARA O PATAMAR DE 06 ANOS E 04 MESES E 24 DIAS DE RECLUSÃO, ALÉM DE 28 DIAS-MULTA, A SER CUMPRIDA EM REGIME SEMIABERTO, E, DE OFÍCIO, REDUZIR A PENA WELISSON FERREIRA DA SILVA , ANTES FIXADA EM 08 ANOS E 06 MESES DE RECLUSÃO E 50 DIAS-MULTA, EM REGIME FECHADO PARA O PATAMAR DE 06 ANOS E 04 MESES E 24 DIAS DE RECLUSÃO, ALÉM DE 28 DIAS-MULTA, A SER CUMPRIDA EM REGIME SEMIABERTO, EM HARMONIA PARCIAL COM PARECER. 1. Em sede de preliminar, o apelante suscita a nulidade por violação ao art. 204 , do CPP , afirmando não ser permitido a leitura do depoimento prestado na fase inquisitiva. Contudo, tenho que razão não lhe assiste . - Destarte, não há regra que proíba a leitura em juízo de declarações prestadas em sede policial, principalmente quando o depoimento não se limita à confirmação daquelas e é possível a participação efetiva da defesa, não havendo falar, portanto, na irregularidade apontada. - Nesse sentido, cito precedentes Desta Câmara Especializada Criminal e de Tribunais Pátrios: APELAÇÃO CRIMINAL. RECEPTAÇÃO. CONDENAÇÃO. ABSOLVIÇÃO. PRELIMINAR. LEITURA PRÉVIA DOS DEPOIMENTOS POLICIAIS. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. REJEIÇÃO . MÉRITO. NEGATIVA DE AUTORIA. AUTORIA DEVIDAMENTE DEMONSTRADA. CONDENAÇÃO QUE SE MANTÉM. DESPROVIMENTO . “A prévia leitura dos depoimentos prestados na fase policial, embora não seja recomendável, é incapaz, por si só, de macular a audiência de instrução, quando à acusação e à defesa é possibilitado o direito de questionar as testemunhas, na forma do artigo 212 do código de processo penal” [...] ( XXXXX-02.2017.8.15.0601 , Rel. Des. João Benedito da Silva, APELAÇÃO CRIMINAL, Câmara Criminal, juntado em 20/02/2022) APELAÇÃO CRIMINAL - TRÁFICO DE DROGAS - PRELIMINAR DE NULIDADE - OFENSA AO PROCEDIMENTO DE OITIVA DE TESTEMUNHAS - VIOLAÇÃO AO ART. 204 DO CPP - INOCORRÊNCIA - MÉRITO - ABSOLVIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - MATERIALIDADE E AUTORIA EVIDENCIADAS - PROVA TESTEMUNHAL - CONDENAÇÃO MANTIDA. - Não há vício na oitiva das testemunhas, em Juízo, que foi precedida da leitura dos depoimentos por elas prestados na fase de inquérito. Isso porque, tal releitura permite que elas possam relembrar com clareza dos fatos ocorridos e na presença de defesa e acusação, respeitando o contraditório e ampla defesa, perante o juiz, dá foro judicial. [...] (TJMG - Apelação Criminal XXXXX-0/001 , Relator (a): Des.(a) Cássio Salomé , 7ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 03/11/2021, publicação da súmula em 05/11/2021) - Portanto, rejeito a preliminar. 2. É insustentável a tese absolutória , porquanto as provas da materialidade e da autoria do ilícito emergem de forma límpida e categórica do conjunto probatório coligido nos autos, impõe-se a manutenção da sentença condenatória . - A materialidade delitiva revela-se evidente pelo Auto de Prisão em Flagrante (ID. XXXXX - Pág. 1/6 e 10), Auto de Apresentação e Apreensão de (01 revólver TAURUS calibre 38 nº 596425, 01 motocicleta HONDA CG 125 FAN preta e 01 motocicleta HONDA TITAN KS 150 azul ID. XXXXX - Pág. 18). Termo de Entrega (ID. XXXXX - Pág. 8), e pelas demais provas colhidas na esfera policial e em juízo. - Já a autoria também é incontroversa, mormente pelas declarações da vítima e pelos depoimentos testemunhais prestados na fase inquisitorial e em juízo, claros, coerentes e uníssonos, em corroboração com o apurado em sede de investigação policial, sido confirmados na instrução judicial e por todo o contexto probatório integrante do caderno processual. (PJE mídias). - Ao contrário do que foi alegado no recurso, as provas apontam a ocorrência do fato delitivo e os réus como autores do crime. Portanto, não há dúvida alguma com relação à autoria e à materialidade delitiva, motivo pelo qual não pode prosperar a argumentação de insuficiência de provas para a condenação , quando a prova oral não deixa residir qualquer dúvida a respeito da prática delitiva. - Ao serem interrogados, o recorrente W elisson Ferreira da Silva e o menor confessaram a prática delitiva, narrando como se deram os fatos, o que enfraquece o pleito de negativa de autoria trazido à baila pela defesa de José da Silva Oliveira e ass="entity entity-person">Jeferson Nóbrega de Brito. - A versão apresentada pelos apelantes encontra-se isoladas , quando em confronto com as demais provas produzidas nos autos , além de apresentar pontos de fragilidade que não tem o condão de desconstituir a versão coerente e verossímil levantada pelas vítimas e testemunhas - Cabe salientar que a apreensão da res furtiva em poder do acusado autoriza uma presunção de autoria e, por consequência, uma inversão do onus probandi , o que torna imprescindível para a defesa trazer aos autos justificativa plausível para a posse do bem objeto da subtração, ônus do que não se desincumbiu a contento . 3. Para que a conduta do acusado se amolde ao tipo descrito no art. 244-B do ECA 1 , é necessário, tão somente, a participação de pessoa menor de 18 (dezoito) anos. O delito de corrupção de menor é de natureza formal, consumando-se quando o imputável pratica o crime em companhia de criança ou adolescente, sendo despiciendo que já fosse ele corrompido anteriormente, ou que tenha, à época do fato, faixa etária próxima a maior idade penal. – Súmula 500 do STJ 2 .“A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal.” – Assim, restando demonstrado que o apelante praticou o crime roubo, em companhia de J. da S. O, menor de 18 (dezoito) anos à época do fato, já que nascido em 13/04/1996 (documento colacionado ao ID. XXXXX - Pág. 73), consumado o delito de corrupção de menores, e imperiosa a manutenção da sua condenação . 4. O réu, W elisson Ferreira da Silva , requer que seja reconhecida a causa de diminuição prevista no art. 29, § 1º do Código Penal 3 (participação de menor importância) expondo que o apelante não foi responsável pela abordagem, nem pelo anúncio do assalto. – Não obstante o recorrente não tenha anunciado o assalto mas dirigido a motocicleta, dando suporte a empreitada criminosa, restando claro que a ação ocorreu de modo conjunto. – Conforme sedimentado na doutrina e jurisprudência, coautor é aquele que executa o comportamento que a lei define como crime, cooperando com o seu cometimento, sendo indiferente o modo como cada um contribui para a ocorrência do evento danoso, do princípio ao fim. 5.1. DAS PENAS DE JOSÉ DA SILVA OLIVEIRA E JEFERSON NÓBREGA DE BRITO 5 .1.1. crimes roubos (2 vítimas) , na primeira fase , a sentenciante negativou idônea concreta e motivadamente a circunstância judicial “culpabilidade” , e fixou a pena-base em 04 anos 09 meses de reclusão , para cada crime de roubo , reprimenda um pouco acima do mínimo legal, dentro dos limites de discricionariedade do julgador, revelando-se razoável e proporcional à reprovabilidade da conduta praticada pelo réu, ora apelante, notadamente quando considerada a pena em abstrato para o crime previsto (reclusão de 04 a 10 anos). Em segunda fase , ausente agravante, foi reconhecida a atenuante prevista no art. 65 , I , do CP , o fato de serem os réus menores de 21 (vinte e um) anos de idade, na data do fato (José da Silva nascido em 09/05/1994 – ID. XXXXX - Pág. 22 e ass="entity entity-person">Jeferson nascido em 19/02/1996 – ID. XXXXX - Pág. 24), razão pela qual, a pena foi reduzida em 1/6 (um sexto), contudo, foi mantida a reprimenda no mínimo legal, em observância à Súmula 231 do Superior Tribunal de Justiça 4 . Reprimenda intermediária estabelecida em 04 anos de reclusão . - Já na terceira fase do procedimento dosimétrico, a magistrada de primeiro grau reconheceu as causas de aumento de pena do uso de arma de fogo, concurso de pessoas (art. 157, § 2º, incisos I, e II do CP) e majorou a pena em 1/2 (metade) , tornando a reprimenda penal definitiva em 06 (seis) anos de reclusão . Neste ponto, a sentença merece reforma. Isto porque, para exasperar a reprimenda em patamar superior a 1/3 (um terço) face à incidência de mais de uma majorante, é imperioso ao togado sentenciante fundamentar a decisão com base em elementos concretos do delito. Nesse sentido : - Súmula 443 do STJ: "o aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes". - Assim, estabelecendo a fração mínima legal de 1/3 (um terço) na terceira fase da dosimetria, em razão das majorantes do emprego de arma e concurso de pessoas, fixo a reprimenda definitiva em 05 anos e 04 meses de reclusão, para ca da crime de roubo quanto aos réus J osé da S ilva O liveira e J eferson N óbrega de B rito . 5 .2.2. Em relação ao delito de Corrupção de Menores , a julgadora desfavoreceu os vetores do art. 59 do CP (culpabilidade) e estabeleceu a reprimenda basilar em 01 ano e 06 meses de reclusão, reprimenda que considero proporcional, razoável e suficiente à reprovação e prevenção ao crime em tela, diante das peculiaridades apresentadas. Em segunda fase , ausente agravante, foi reconhecida a atenuante prevista no art. 65 , I , do CP , o fato de serem os réus menores de 21 (vinte e um) anos de idade, na data do fato (José da Silva nascido em 09/05/1994 – ID. XXXXX - Pág. 22 e ass="entity entity-person">Jeferson nascido em 19/02/1996 – ID. XXXXX - Pág. 24), razão pela qual, a pena foi reduzida em 1/6 (um sexto), resultando numa pena intermediária estabelecida em 01 ano e 03 meses de reclusão, a qual se tornou definitiva, ante a ausência de modificadores na fase seguinte. - Ainda, a magistrada primevo aplicou as regras do concurso formal de crimes (art. 70 do CP) entre as duas condutas delituosas de roubo majorado, utilizando a pena de um deles já e iguais aumentando na fração de 1/6 (um sexto), em seguida, aplicou o concurso material somado a reprimenda do crime de roubo ao delito de corrupção de menores, nesse ponto a sentença também merece reforma . - Isso porque, em se tratando de concurso formal de crimes, e não sendo a soma das penas pela regra do concurso material mais benéfica, deve ser aplicada a previsão do art. 70 , caput , do Código Penal , na esteia do entendimento consagrado pelo STJ. - Assim, tratando-se de concurso formal reconhecido entre os crimes cometidos, como ocorreram três condutas delitivas (dois delitos roubos e uma corrupção de menores), utilizo a mais grave das penas cabíveis (roubo - 05 anos e 04 meses) e aumento em 1/5 (um quinto), consoante orientação jurisprudencial, resultando na sanção final de 06 anos e 04 meses e 24 dias de reclusão aos réus J osé da S ilva O liveira e J eferson N óbrega de B rito . - No que concerne à pena de multa , estabelecida na sentença em 50 dias-multa, esta deve ser redimensionada para, seguindo os critérios do sistema trifásico de aplicação da pena, guardar relação de proporcionalidade com a pena privativa de liberdade, portanto reduzo-a para 28 dias-multa , à razão unitária mínima. - Diante da redução da pena , modifico o regime inicial para o semiaberto , a teor do art. 33 , § 2º , b, do Código Penal . - Assim fica estabelecida a pena definitiva de 06 anos e 04 meses e 24 dias de reclusão, além de 28 dias-multa, à razão unitária mínima, a ser cumprida em regime semiaberto para J osé da S ilva O liveira e J eferson N óbrega de B rito . 5 . 2 . DA PENA DE WELISSON FERREIRA DA SILVA – ANÁLISE EX OFFÍCIO 5 . 2 .1. crimes roubos (2 vítimas) , na primeira fase , a sentenciante negativou idônea concreta e motivadamente a circunstância judicial “culpabilidade ” , e fixou a pena-base em 04 anos 09 meses de reclusão. Em segunda fase , ausente agravante, foi reconhecida a atenuante da confissão espontânea prevista no art. 65 , III , d , do CP , razão pela qual, a pena foi reduzida em 1/6 (um sexto), contudo, foi mantida a reprimenda no mínimo legal, em observância à Súmula 231 do Superior Tribunal de Justiça 5 . Reprimenda intermediária estabelecida em 04 anos de reclusão . - Já na terceira fase do procedimento dosimétrico, a magistrada de primeiro grau reconheceu as causas de aumento de pena do uso de arma de fogo, concurso de pessoas (art. 157, § 2º, incisos I, e II do CP) e majorou a pena em 1/2 (metade) , tornando a reprimenda penal definitiva em 06 (seis) anos de reclusão . - Neste ponto, a sentença merece reforma. Isto porque, para exasperar a reprimenda em patamar superior a 1/3 (um terço) face à incidência de mais de uma majorante, é imperioso ao togado sentenciante fundamentar a decisão com base em elementos concretos do delito. Nesse sentido : - Súmula 443 do STJ: "o aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes". - Assim, estabelecendo a fração mínima legal de 1/3 (um terço) na terceira fase da dosimetria , em razão das majorantes do emprego de arma e concurso de pessoas, fixo a reprimenda definitiva em 05 anos e 04 meses de reclusão, cada crime de roubo. 5 . 2 .2. Em relação ao delito de Corrupção de Menores , a julgadora desfavoreceu os vetores do art. 59 do CP (culpabilidade) e estabeleceu a reprimenda basilar em 01 ano e 06 meses de reclusão, reprimenda que considero proporcional, razoável e suficiente à reprovação e prevenção ao crime em tela, diante das peculiaridades apresentadas. Em segunda fase , ausente agravante e atenuante a pena intermediária permaneceu inalterada em 01 ano e 06 meses de reclusão, a qual se tornou definitiva, ante a ausência de modificadores na fase seguinte. - Ainda, a magistrada quo aplicou as regras do concurso formal de crimes (art. 70 do CP) entre as duas condutas delituosas de roubo majorado, utilizando a pena de um deles já e iguais aumentando na fração de 1/6 (um sexto), em seguida, aplicou o concurso material somado a reprimenda do crime de roubo ao delito de corrupção de menores, nesse ponto a sentença também merece reforma . - Isso porque, em se tratando de concurso formal de crimes, e não sendo a soma das penas pela regra do concurso material mais benéfica, deve ser aplicada a previsão do art. 70 , caput , do Código Penal , na esteia do entendimento consagrado pelo STJ. Assim, tratando-se de concurso formal reconhecido entre os crimes cometidos, como ocorreram três condutas delitivas (dois delitos roubos e uma corrupção de menores), utilizo a mais grave das penas cabíveis (roubo - 05 anos e 04 meses) e aumento em 1/5 (um quinto), consoante orientação jurisprudencial, resultando na sanção final de 06 anos e 04 meses e 24 dias de reclusão . - No que concerne à pena de multa , estabelecida na sentença em 50 dias-multa, esta deve ser redimensionada para, seguindo os critérios do sistema trifásico de aplicação da pena, guardar relação de proporcionalidade com a pena privativa de liberdade, portanto reduzo-a para 28 dias-multa , à razão unitária mínima. - Diante da redução da pena , modifico o regime inicial para o semiaberto , a teor do art. 33 , § 2º , b, do Código Penal . 6 . PRELIMINAR REJEITADA. PROVIMENTO PARCIAL DOS RECURSOS DE JOSÉ DA SILVA OLIVEIRA E JEFFERSON NÓBREGA DE BRITO, PARA REDUZIR A PENA FINAL APLICADA A CADA UM DELES, ANTES FIXADA EM 08 ANOS E 03 MESES DE RECLUSÃO E 50 DIAS-MULTA, EM REGIME FECHADO PARA O PATAMAR DE 06 ANOS E 04 MESES E 24 DIAS DE RECLUSÃO, ALÉM DE 28 DIAS-MULTA, A SER CUMPRIDA EM REGIME SEMIABERTO, E, DE OFÍCIO, REDUZIR A PENA WELISSON FERREIRA DA SILVA , ANTES FIXADA EM 08 ANOS E 06 MESES DE RECLUSÃO E 50 DIAS-MULTA, EM REGIME FECHADO PARA O PATAMAR DE 06 ANOS E 04 MESES E 24 DIAS DE RECLUSÃO, ALÉM DE 28 DIAS-MULTA, A SER CUMPRIDA EM REGIME SEMIABERTO, EM HARMONIA PARCIAL COM PARECER. 1 Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 2 Súmula 500, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 23/10/2013, DJe 28/10/2013. 3 Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209 , de 11.7.1984) § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209 , de 11.7.1984) 4 Súmula 231 do STJ “ A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal. ” 5 Súmula 231 do STJ “ A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal. ”