TJ-SE - Revisão Criminal XXXXX20248250000
PENAL E PROCESSUAL PENAL. REVISÃO CRIMINAL. REVISIONANDO CONDENADO PELA PRÁTICA DO CRIME PREVISTO NO ARTIGO 217-A , CAPUT C/C O ART. 71 , AMBOS DO CÓDIGO PENAL (ESTUPRO DE VULNERÁVEL EM CONTINUIDADE DELITIVA). PRELIMINAR DE NULIDADE POR ILEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO POR AUSÊNCIA DE REPRESENTAÇÃO EXPRESSA – MATÉRIA JÁ DECIDIDA – NULIDADE AFASTADA – PRECEDENTES DO STJ – AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA – ART. 225, PÁR. ÚNICO, DO CP (REDAÇÃO DA LEI Nº 12.015/2009). ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE PROVA DA MATERIALIDADE E AUTORIA DO DELITO – ACERVO PROBATÓRIO EXAUSTIVAMENTE APRECIADO EM PRIMEIRO E SEGUNDO GRAUS DE JURISDIÇÃO – AUSÊNCIA DE PROVA NOVA – DECISÃO CONDENATÓRIA PROFERIDA EM ESTRITA CONSONÂNCIA COM O SUPORTE PROBATÓRIO PRODUZIDO NOS AUTOS E NOS TERMOS DA LEI PENAL. INSTITUTO QUE NÃO SE CONFUNDE COM SEGUNDA APELAÇÃO - REVISÃO CRIMINAL NÃO SE PRESTA PARA REEXAME DAS PROVAS PRODUZIDAS NOS AUTOS COM MERA REPETIÇÃO DE TESES ANTERIORMENTE REFUTADAS. AS HIPÓTESES DE CABIMENTO ESTÃO ESTRITAMENTE DELIMITADAS NO ART. 621 DO CPP , NÃO PODENDO SERVIR COMO UMA OUTRA VIA RECURSAL, SENDO INVIÁVEL, IN CASU, A ALTERAÇÃO DA RES JUDICATA POR ESTA VIA EXCEPCIONAL. PRECEDENTES. 1. A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que, mesmo antes das alterações introduzidas pela Lei n. 12.015/2009, o Ministério Público já era parte legítima para propor a ação penal pública incondicionada destinada a verificar a prática de crimes sexuais contra crianças, independentemente da condição financeira da vítima, pois a proteção à infância é dever do Estado, conforme previsto na Constituição Federal e em diversos tratados internacionais ratificados pelo Brasil, haja vista que é descabida a necessidade de iniciativa dos pais para a propositura da ação penal quando o bem jurídico protegido é indisponível, qual seja, a liberdade sexual de crianças. (STJ. HC XXXXX/PE); 2. A revisão criminal não deve ser adotada como um segundo recurso de Apelação, de forma a propiciar reanálise da prova já existente dos autos. Para que o pleito revisional seja admitido, é preciso que a defesa demonstre que a condenação foi contrária ao texto expresso da lei penal ou aos elementos de convicção constantes dos autos, baseada em provas falsas, ou quando surgem novas evidências que provem a inocência do réu ou determinem ou autorizem a redução de sua pena, o que não ocorreu na hipótese dos autos. (STJ. AgRg no AREsp nº 1.920.189/SP. Revisão Criminal IMPROCEDENTE. Decisão unânime.