TJ-BA - Recurso Inominado XXXXX20228050001
Tribunal de Justiça do Estado da Bahia PODER JUDICIÁRIO SEGUNDA TURMA RECURSAL - PROJUDI PADRE CASIMIRO QUIROGA, LT. RIO DAS PEDRAS, QD 01, SALVADOR - BA ssa-turmasrecursais@tjba.jus.br - Tel.: 71 3372-7460 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA 2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS PROCESSO Nº XXXXX-67.2022.8.05.0001 RECORRENTE: MARIA CRISTINA SANTOS FREITAS RECORRIDO: OI MOVEL S A RELATORA: JUÍZA MARIA LÚCIA COELHO MATOS RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. DECISÃO MONOCRÁTICA (ART. 15, XI e XII, DO REGIMENTO INTERNO DAS TURMAS RECURSAIS E ART. 932 DO CPC ). ALEGAÇÃO AUTORAL DE NEGATIVAÇÃO INDEVIDA DECORRENTE DE DÉBITO DESCONHECIDO. DEFESA PAUTADA NA LEGALIDADE DA NEGATIVAÇÃO, DECORRENTE DE CONTRATO DE TELEFONIA, TENDO A PARTE AUTORA DEIXADO DE QUITAR AS FATURAS ADVINDAS DO CONTRATO. PARTE RÉ QUE TROUXE TELAS SISTÊMICAS, FATURAS COINCIDENTES COM O PERÍODO DO DÉBITO APONTADO E HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DO SERVIÇO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DA RELAÇÃO JURÍDICA ENTRE AS PARTES E A LICITUDE DA COBRANÇA IMPUGNADA. INEXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA ADIMPLÊNCIA DO DÉBITO ENSEJADOR DA RESTRIÇÃO CREDITÍCIA E DAS COBRANÇAS. ABUSIVIDADE NÃO CONFIGURADA. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. DECISÃO MONOCRÁTICA Vistos, etc. O artigo 15 do novo Regimento Interno das Turmas Recursais (Resolução nº 02/2021 do TJBA), em seus incisos XI e XII, estabelece a competência do relator para julgar monocraticamente as matérias com entendimento sedimentado pelo colegiado ou com jurisprudência uniformizada, em consonância com o permissivo do artigo 932 do Código de Processo Civil . Dispensado o relatório. Presentes as condições de admissibilidade do recurso, dele conheço. Trata-se de recurso inominado interposto em face da sentença que julgou improcedentes os pedidos. Alega a acionante negativação indevida decorrente de débito desconhecido. Em defesa, a ré sustenta a licitude da restrição em face da inadimplência de contrato de telefonia regularmente firmado com a parte autora. Analisados os autos observa-se que tal matéria já se encontra sedimentada no âmbito desta 2ª Turma Recursal, consoante precedentes de nº XXXXX-82.2021.8.05.0001 , XXXXX-11.2019.8.05.0001 , XXXXX-94.2019.8.05.0001 e XXXXX-64.2019.8.05.0001 , no sentido de que não há irregularidade na cobrança ou inclusão de anotação restritiva, desde que decorrente de inadimplência advinda de contrato regularmente pactuado. Compulsando as provas dos autos, observo que a parte ré demonstrou a legitimidade da anotação restritiva, decorrente de inadimplência de contrato de telefonia legitimamente firmado, conforme telas sistêmicas, faturas coincidentes com o período do débito questionado e histórico de utilização da linha telefônica, inclusive com histórico de pagamentos, afastando a incidência de fraude. Nessas circunstâncias, transfere-se à parte autora o ônus de quitar a dívida, o que não foi demonstrado nos autos, tornando-se legítima a negativação objeto da lide, sendo a hipótese de improcedência do pedido. Assim, considerando que a sentença observou o entendimento acima, deve ser mantida. Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO para manter a sentença vergastada pelos seus próprios fundamentos, condenando a recorrente ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, arbitrados em 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, restando suspensa a exigibilidade do pagamento, nos termos do art. 98 , § 3º , do CPC . MARIA LÚCIA COELHO MATOS JUÍZA RELATORA