TJ-MG - Apelação Criminal: APR XXXXX20198130611
EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - LESÃO CORPORAL - VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER - ABSOLVIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - MATERIALIDADE E AUTORIA DELITIVA DEMONSTRADAS - PALAVRA DA VÍTIMA - ESPECIAL VALOR PROBATÓRIO - VERSÃO DA VÍTIMA CORROBORADA PELA PROVA TESTEMUNHAL E PERICIAL - VALOR DA INDENIZAÇÃO FIXADA POR DANOS MORAIS - DANO MORAL - DECOTE - IMPOSSIBILIDADE - PEDIDO EXPRESSO EM ALEGAÇÕES FINAIS - SUFICIÊNCIA - RECURSO NÃO PROVIDO. 1. Nos crimes cometidos em ambiente doméstico a palavra da vítima adquire especial valor, de forma que, desde que harmônica com os demais elementos constantes dos autos, deve se sobrepor à negativa genérica oferecida pelo réu (Precedentes deste eg. TJMG e do c. STJ). 2. Materialidade e autoria demonstradas. 3. Comprovadas a materialidade e a autoria delitivas pelas narrativas firmes e coerentes da vítima, as quais restaram corroboradas pela prova testemunhal e pericial coligida, deve-se conservar a condenação havida, sobretudo quando a negativa do réu se mostra isolada nos autos. 4. À luz do Tema 983 do STJ e do entendimento firmado por esta Especializada, o pedido de indenização pelo dano moral causado à vítima de violência doméstica pode ser formulado tanto na denúncia ou em sede de alegações finais. 5. Recurso não provido. V.V.: Embora haja no STJ orientação no sentido de que, nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e familiar, é possível a fixação de valor mínimo indenizatório a título de dano moral, independentemente de instrução probatória, imprescindível se faz pedido expresso da acusação ou da parte ofendida nesse sentido. O pedido de indenização realizado apenas em alegações finais do órgão ministerial afronta o contraditório e a ampla defesa.