EMENTA: AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ILEGITIMIDADE PASSIVA. INOVAÇÃO RECURSAL. EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS. CONTRATAÇÃO NÃO COMPROVADA. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. FRAUDE BANCÁRIA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO BANCO. DANO MORAL CONFIGURADO. VALOR INDENIZATÓRIO PROPORCIONAL E RAZOÁVEL. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTOS NOVOS. DECISÃO MANTIDA. I ? A matéria não suscitada nas razões do recurso de apelação não é passível de ser apreciada em sede de agravo interno, ainda que de ordem pública (legitimidade passiva), haja vista consubstanciar inovação recursal, vedada pelo ordenamento jurídico. II ? Nos termos da Súmula 479, do STJ, e do artigo 14, da legislação consumerista, aplicam-se ao caso em comento as diretrizes da responsabilidade objetiva do Banco, pelo que, para se configurar o dever de indenizar, basta a efetiva comprovação do dano e do nexo de causalidade entre a conduta imputada ao fornecedor ou prestador de serviços e os prejuízos sofridos pelo consumidor, sendo dispensada a presença da culpa na conduta do agente, mormente em caso de fraude bancária. III ? A realização de operações bancárias mediante fraude constitui fortuito interno, inerente ao risco da atividade, sendo da instituição financeira a responsabilidade pelos prejuízos decorrentes, respondendo de forma objetiva, independentemente da existência de culpa ou dolo, à luz da legislação consumerista e da Súmula 479, do Superior Tribunal de Justiça. IV ? No caso, caracterizada a conduta ilícita da Requerida/Recorrente (falha na prestação do serviço), já que não comprovada nos autos a existência da contratação da abertura da conta citada na inicial, porquanto oriunda de fraude bancária e tendo em vista que os danos sofridos pela requerente ultrapassam a esfera do mero aborrecimento, já que, ao buscar o cancelamento da conta, lhe foi solicitada a devolução dos valores que sequer foram recebidos pela autora, a procedência do pedido inicial é medida impositiva. IV ? O valor indenizatório fixado no montante de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) mostra-se proporcional e razoável, além encontrar-se em consonância com os julgados desta Corte, razão pela qual não se há falar em modificação, nos termos da Súmula 32, do TJGO. V ? Constitui medida imperativa o desprovimento do Agravo Interno quando não evidenciada, em suas razões, nenhum argumento novo que justifique a modificação da decisão recorrida. AGRAVO INTERNO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA PARTE, DESPROVIDO.