a0 5ª CÂMARA CÍVEL ISOLADA. APELA??O C?VEL N?: 2014.3000241-4. APELANTE: VIA??O PRINCESA TRANSPORTE E TURISMO. ADVOGADOS: S?RGIO ANDRADE E OUTROS. APELADO: T. L. T. C. REPRESENTANTE: GLENIO DE BARROS CANDEIRA. REPRESENTANTE: SIMONE DO SOCORRO SIQUEIRA TORRES. ADVOGADA: T?NIA CRISTINA FREITAS DE OLIVEIRA LABAD. RELATORA: DESA. DIRACY ALVES NUNES. DECIS?O MONOCR?TICA EMENTA. PROCESSO CIVIL. APELA??O C?VEL. DECIS?O MONOCR?TICA. A??O DE INDENIZA??O. APRESENTA??O DO RECURSO DE APELA??O DESACOMPANHADO DA COMPROVA??O DE PAGAMENTO DAS CUSTAS RECURSAIS. ABERTURA DE PRAZO PARA PAGAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. INTELIG?NCIA DO ART. 511 , DO CPC . DESER??O DO RECURSO. APELA??O N?O CONHECIDA. 1- O art. 511 do CPC estabelece que a comprovação do recolhimento do preparo deve ser realizada no ato de interposição do recurso, sob pena de deserção; 2- Ocorrência da preclusão consumativa em relação à juntada do comprovante de recolhimento do preparo recursal; 3- Recurso conhecido, porém improvido; 4- Aplicação da multa do § 2º , do art. 557 , do CPC . RELATÓRIO A EXMA. SRA. DESA. DIRACY NUNES ALVES (RELATORA): Trata-se de Apela??o C?vel de fls. 281/295, em que é apelante VIA??O PRINCESA TRANSPORTE E TURISMO e apelado T. L. T. C., nos autos da A??o por Danos Morais c/c Pedido de Danos Materiais decorrentes de Acidente de Tr?nsito n?. XXXXX.59.2011.814.0201. Trata-se de recurso interposto pelaa1 parte ao norte identificada, em face da decis?o do MM Ju?zo de Direito da 2? Vara C?vel Distrital de Icoaraci, a qual julgou parcialmente procedente o pedido, condenando o apelante em R$ 822,50 (oitocentos e vinte e dois reais e cinquenta centavos) a t?tulo de danos materiais e R$ 60.000, 00 (sessenta mil reais) em danos morais. Alega a empresa apelante, preliminarmente, da impossibilidade em se antecipar os efeitos da tutela em danos morais, o que configura ser a senten?a ultra petira, situa??o que viola o seu direito. Quanto ao m?rito, afirma o apelante, que o sinistro ocorreu por culpa exclusiva da v?tima, sendo esta uma excludente de ilicitude; que n?o houve a comprova??o da ocorr?ncia do dano material, situa??o que o desobriga a indenizar o apelado; que o valor arbitrado a t?tulo de danos morais foi excessivo, devendo ser minorado. Ao final requer o conhecimento e o provimento do recurso. Atrav?s de contrarraz?es (fls. 392/402) alega o apelado, preliminarmente, que o recurso atacado ? deserto, sendo este posicionamento confirmado atrav?s do julgamento do Agravo de Instrumento n?. 2013.3031020-6. Arrazoa que a pr?tica do dano, por parte da apelante, foi devidamente e exaustivamente comprovado, situa??o em que a manuten??o da senten?a combatida ? obrigat?ria. ? o relat?rio. VOTO A EXMA. SRA. DESA. DIRACY NUNES ALVES (RELATORA): Em raz?o das reiteradas decis?es tomadas por esta Cortea2 de Justi?a, fica autorizado o julgamento monocr?tico nos termos do art. 557 , do CPC . O recurso cumpre os pressupostos extr?nsecos e intr?nsecos de admissibilidade, raz?o pela qual o seu conhecimento se imp?e. Sem raz?o o recorrente. Acerca da realiza??o e apresenta??o do preparo, vejamos o art. 511 do CPC in verbis: ЃgArt. 511. No ato de interposi??o do recurso, o recorrente comprovar?, quando exigido pela legisla??o pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deser??o. Ѓ 1o S?o dispensados de preparo os recursos interpostos pelo Minist?rio P?blico, pela Uni?o, pelos Estados e Munic?pios e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isen??o legal. Ѓ 2o A insufici?ncia no valor do preparo implicar? deser??o, se o recorrente, intimado, n?o vier a supri-lo no prazo de cinco dias. (negritos nossos)Ѓh. O citado artigo estabelece que a comprova??o do recolhimento do preparo deve ser realizada no ato de interposi??o do recurso, sob pena de deser??o. Portanto, n?o cumprida a regra estabelecida pelo caput do art. 511 do CPC ? evidente a ocorr?ncia de preclus?o consumativa em rela??o ? juntada do comprovante de recolhimento do preparo recursal, de modo que incab?vel a concess?o de prazo para ado??o da medida n?o realizada no prazo legal, conforme certificado ? fl. 300 dos autos. Neste sentido ? o entendimento do C. STJ, vejamos: ЃgDIREITOa3 PROCESSUAL CIVIL. RECOLHIMENTO DE CUSTAS. POBREZA. ALEGA??O N?O DEDUZIDA OPORTUNAMENTE. DESER??O. I - A jurisprud?ncia deste Tribunal entende que: "de acordo com a dic??o do art. 511 do CPC , o recorrente deve comprovar a realiza??o do preparo no ato de interposi??o do recurso, tendo-o como deserto se ocorrido em momento ulterior, ainda que dentro do prazo recursal." ( EDcl nos EREsp XXXXX/RS , Rel. Ministro CASTRO MEIRA, DJe 04/05/2009). A alega??o de dificuldade de arcar com as custas do processo sem preju?zo do pr?prio sustento deve ser feita oportunamente, e o recolhimento de custas s? fica dispensado quando deferido pedido para tanto. II - Agravo Regimental improvidoЃh. (AgRg nos EREsp XXXXX/RJ, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, SEGUNDA SE??O, julgado em 23/03/2011, DJe 31/03/2011). ЃgPROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. AGRAVO DE INSTRUMENTO INTEMPESTIVO. SUSPENS?O DO PRAZO. NECESSIDADE DE COMPROVA??O. ART. 544 DO CPC . PRECLUS?O. AUS?NCIA DE PREPARO. CUSTAS E PORTE DE REMESSA E RETORNO. ART. 511 DO CPC . INCID?NCIA DA S?MULA N? 187/STJ. RECURSO DESERTO. 1. Considera-se intempestivo o agravo de instrumento interposto fora do prazo previsto no art. 544 , do C?digo de Processo Civil. 2. A jurisprud?ncia desta Corte ? clara, no sentido de que, a comprova??o de feriado local, paralisa??o ou interrup??o do expediente forense, por ato do Poder Executivo ou da Justi?aa4 Estadual, que acarrete em prorroga??o de prazo, deve ser demonstrada no momento da interposi??o do recurso, por documento oficial ou certid?o expedida pelo Tribunal a quo, sob pena de preclus?o. 3. Na sistem?tica atual ? dever do agravante apresentar as pe?as obrigat?rias ? forma??o do agravo, sob pena de n?o-conhecimento do recurso, sendo pac?fica a jurisprud?ncia desta Corte no sentido de que o recorrente comprovar?, no ato de interposi??o de recurso o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e retorno, sob pena de deser??o. 4. Cabe ao recorrente comprovar o preparo, incluindo custas e porte de remessa e de retorno, situa??o que n?o se verifica na hip?tese dos autos, motivo pelo qual incide o ?bice da S?mula n? 187/STJ. Recurso deserto. 5. Agravo regimental a que se nega provimentoЃh. ( AgRg no Ag XXXXX/RJ , Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS), TERCEIRA TURMA, julgado em 14/12/2010, DJe 02/02/2011) ЃgAGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUS?NCIA DE GRU. PE?A OBRIGAT?RIA REFERENTE ? REGULARIDADE DO RECURSO ESPECIAL. COMPROVANTE DE PAGAMENTO EXTRA?DO DA INTERNET. AUS?NCIA DE F? P?BLICA. IMPOSSIBILIDADE DE OPOSI??O CONTRA O STJ. INCID?NCIA DO ART. 511 , CAPUT, DO CPC . AUS?NCIA DE PREPARO. DESER??O. DECIS?O AGRAVADA MANTIDA. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. I - A jurisprud?ncia deste Tribunal entende que ? necess?ria a juntada da guia de preparoa5 como forma de se proceder ? identifica??o do pagamento e de se demonstrar a liga??o entre este e o processo em que se busca a tutela recursal. Precedentes. II - O preparo insuficiente enseja a intima??o, com a abertura de prazo para a sua complementa??o, o que n?o ocorre na falta da comprova??o do preparo no ato da interposi??o do recurso. Precedentes. III.- O agravo n?o trouxe nenhum argumento novo capaz de modificar a conclus?o alvitrada, a qual se mant?m por seus pr?prios fundamentos. IV.- Agravo Regimental improvidoЃh. ( AgRg no REsp XXXXX/RS , Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/11/2010, DJe 26/11/2010) O nosso Egr?gio Tribunal de Justi?a tem o mesmo entendimento, vejamos: ЃgAGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECIS?O MONOCR?TICA QUE NEGOU SEGUIMENTO AO RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO. FALTA DE PREPARO-DESER??O. JU?ZO DE RETRATA??O. DECIS?O MANTIDA. FEITO RELATADO SEM VOTO NOS TERMOS DO REGIMENTO INTERNO DESTE TRIBUNAL.RECURSO CONHECIDO E NEGADO PROVIMENTO.DECIS?O UN?NIMEЃh. (N? DO ACORD?O: 90168. N? DO PROCESSO: XXXXX. RAMO: CIVEL. RECURSO/A??O: Agravo de Instrumento. ?RG?O JULGADOR: 4? CÂMARA CIVEL ISOLADA. COMARCA: BEL?M. PÚBLICA??O: Data: 27/08/2010 Cad.1 P?g.117. RELATOR: ELENA FARAG - JUIZA CONVOCADA). EMENTA: APELA??O. A??O DE EXECU??O. AUS?NCIA DE RECOLHIMENTO DE PREPARO. RECURSO DESERTO. RECURSO N?O CONHECIDO, ?a6 UNANIMIDADE. (201230039790, 119152, Rel. RICARDO FERREIRA NUNES, ?rg?o Julgador 4? CÂMARA CIVEL ISOLADA, Julgado em 29/04/2013, Publicado em 03/05/2013) Ademais, as custas trazidas aos autos às fls. 92/94, dizem respeito a conta inicial do processo; quanto ao relatório de conta do processo à fl. 95, o tipo de ato descrito é a confecção de ofício pela 2ª Vara Distrital de Icoaraci. Quanto ao boleto de fl. 99, diz o embargante que foi para o pagamento das despesas recursais, por?m, n?o h? nos autos indica??o ou descri??o do ato para o qual serviu o seu pagamento, sem falar que a data de quita??o, 12/11/2013, foi feita mais de trinta dias ap?s a interposi??o do recurso de apela??o. Como se v?, ? obriga??o do advogado agir diligentemente quanto aos atos processuais, portanto cabia ao patrono conferir o boleto de pagamento das custas recursais e n?o ao setor de arrecada??o, tampouco a esta relatoria. Acrescento que, o caso em apresso j? foi debatido pela 5? C?mara atrav?s de Agravo Interno (AI n?. 2013.3031020-6), como se v? do Ac?rd?o n?. 128.585, em que foi acordado, por unanimidade, negar provimento ao recurso em raz?o da deser??o do apelo, pois o pagamento das referidas custas deveriam ter sido apresentadas no ato da interposi??o do recurso. Pelo exposto, n?o conhe?o do recurso em tela, por falta de pressupostos de admissibilidade, diante da sua deser??o. ? como decido. Bel?m,a7 04 de fevereiro de 2014. DIRACY NUNES ALVES DESEMBARGADORA-RELATORA