APELAÇÃO CRIMINAL Nº 5605977-94.2021.8.09. 0123 3ª CÂMARA CRIMINAL COMARCA : PIRACANJUBA APELANTE: ELCILEI ALVES DA COSTA APELADO : MINISTÉRIO PÚBLICO RELATORA: Des. CARMECY ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA E-mail: mlcotolentino@tjgo.jus.br EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. VIAS DE FATO. PRELIMINAR. NULIDADE DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO. CONDUÇÃO INQUISITIVA DA JUÍZA PREJUDICIAL AO RÉU. IMPOSSIBILIDADE. A conduta da magistrada foi de acordo com o ordenamento jurídico; sua atuação aconteceu dentro de um espectro da busca da verdade, mas sem violar o sistema acusatório, sendo certo que seus questionamentos foram baseados no próprio depoimento da vítima, colhido em sede policial. A magistrada do feito atuou visando esclarecer pontos contraditórios entre as versões constantes nos autos, em busca da verdade real. Ademais, a eventual inobservância à ordem estabelecida no artigo 212 , do Código de Processo Penal caracteriza vício relativo, o qual deve ser arguido no momento processual oportuno, juntamente com a demonstração da ocorrência efetiva do prejuízo sofrido, sob pena de preclusão, porquanto em matéria penal nenhuma nulidade será declarada se não demonstrado o dano suportado pela parte, nos termos do artigo 563 da Lei Penal Adjetiva. ABSOLVIÇÃO. CONTRAVENÇÃO PENAL. VIAS DE FATO. INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. Impõe-se referendar o édito condenatório quando o substrato probatório harmônico amealhado aos autos, composto pelos elementos informativos e, posteriormente, jurisdicionalizados, demonstra, de forma clara, a materialidade e a autoria da contravenção penal de vias de fato, especialmente pelas declarações da vítima, coerentes e harmônicas em ambas as fases da persecutio criminis. PARECER ACOLHIDO. APELAÇÃO CONHECIDA E DESPROVIDA.