TJ-MT - XXXXX20218110000 MT
MANDADO DE SEGURANÇA – RESTITUIÇÃO DE VEÍCULO APREENDIDO – PRELIMINAR DA PGJ – EXTINÇÃO – IDENTIDADE DOS FATOS – IMPETRAÇÃO ANTERIOR CONTRA O EXCESSO DE PRAZO NA ANÁLISE DO PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DO VEÍCULO – PEDIDO EXTINTO APÓS DECISUM – REJEIÇÃO – PLEITO INDEFERIDO NA ORIGEM – AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE OU TERATOLOGIA – CONSTRIÇÃO JUSTIFICADA – INTERESSE AO PROCESSO – NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE O VEÍCULO APREENDIDO COM O DELITO (ESTELIONATO) – AQUISIÇÃO COM CHEQUE SEM FUNDOS E TRANSFERÊNCIA IMEDIATA A TERCEIRO – CONSTRIÇÃO JUSTIFICADA E NECESSÁRIA – MANDADO DE SEGURANÇA DENEGADO.” A presente impetração diverge da anterior, embora revela identidade de partes e dos fatos, no primeiro o fundamento era que o Incidente de Restituição de Bem havia sido instaurado em 27 de novembro de 2019 e ainda não conta com deliberação judicial, sendo extinto após a superveniência de decisão cuja demora se reputou abusiva. Neste mandamus busca desconstituir o decisum que indeferiu o pedido de restituição do veículo, ou seja, fundamento diverso daquele mandado de segurança. Na hipótese, a impetração volta-se contra a decisão prolatada pelo magistrado singular que indeferiu pedido de restituição de bem aprendido, de modo que a impetração deve ser excepcionalmente conhecida apenas para avaliar se há ilegalidade manifesta ou teratologia na decisão invectivada, sem aprofundamentos em questões meritórias. A restituição de bens apreendidos, seja na inquisitorial, seja na fase processual, condiciona-se à demonstração cumulativa, da propriedade dos bens e do desinteresse inquisitorial ou processual na manutenção da apreensão. Daí porque, de acordo com o disposto no artigo 118 do Código de Processo Penal , “antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas apreendidas não poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo .” Estando demonstrado o nexo de causalidade entre o veículo apreendido com o delito que se pretende apurar, cabendo rememorar que o procedimento investigatório busca elucidar o crime estelionato que, em tese, aplicando golpe no proprietário anterior através da prática de compra e venda fraudulenta de veículos pelo pagamento com cheque sem fundos, compreende-se que a constrição está justificada e ainda é necessária, não havendo dizer, na hipótese, em teratologia, ilegalidade ou abuso de poder a ensejar a procedência do presente mandado de segurança.