APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA C/C PEDIDO LIMINAR DE AFASTAMENTO DE CARGO. REJEIÇÃO LIMINAR. ART. 17 , § 8º DA LEI 8.429 /92. NEPOSTISMO. AFRONTA AO DISPOSTO NO ART. 11 DA LEI 8.429 /92. PRINCÍPIOS NORTEADORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. INOCORRÊNCIA CLARA. PARENTES DO VICE PREFEITO NOMEADOS PELO ENTÃO PREFEITO MUNICIPAL. ASSUNÇÃO EM CARÁTER INTERINO DO VICE, AO CARGO DE PREFEITO, PELO SEU AFASTAMENTO. EXONERAÇÃO DOS PARENTES. RECURSO NÃO PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA. 1 - A Lei de Improbidade Administrativa exige, para a responsabilização do agente público, a demonstração clara da prática de conduta capitulada como ímproba, de forma dolosa ou culposa. A ausência de conduta apta a caracterizar ato de improbidade implica na rejeição da ação, nos termos do artigo 17 , § 8º , da Lei nº 8.429 /92. 2 - Em que pese a existência da Súmula Vinculante nº 13 , que veda a prática de nepotismo, no presente caso não se vislumbra a ocorrência de ato de improbidade administrativa, primeiramente pela ausência de intenção por parte do acionado (dolo), exigido para a configuração do art. 11 da Lei 8.429 /92; e especialmente porque não fora o apelado quem nomeou seus parentes para os cargos públicos por eles exercidos, uma vez que o Prefeito afastado Elieze Venâncio foi quem os nomeou, não existindo assim parentesco entre os nomeados e o Prefeito afastado, o que descaracteriza o nepotismo, e de consequência, a improbidade administrativa. Desse modo, não é demais ressaltar que os parentes do vice-prefeito não foram por ele nomeados, e assim que notificado pelo Ministério Público acerca da existência de eventual nepotismo, procedeu ele a exoneração de plano de todos aqueles que pudessem se enquadrar no vínculo nefasto, fato este que não traduz a existência de ato de improbidade administrativa pela afronta aos princípios norteadores da Administração Pública, como aponta a peça de ingresso. 3 - Recurso conhecido e NÃO PROVIDO. Sentença mantida.