E M E N T A - AGRAVO DE INSTRUMENTO – CUMPRIMENTO DE SENTENÇA – PRELIMINAR DE NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO POR OFENSA AO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE – AFASTADA – PRECLUSÃO E COISA JULGADA – AFASTADA – MÉRITO – OBRIGAÇÃO PARA ENTREGA DO BEM IMÓVEL – AUTO DE CONSTATAÇÃO – APARTAMENTO EM CONDIÇÕES NÃO HABITÁVEIS – RECUSA DO CREDOR – JUSTIFICADA – LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ DAS AGRAVANTES NÃO VERIFICADA – DECISÃO MANTIDA – RECURSO NÃO PROVIDO. À luz do princípio da dialeticidade, que norteia os recursos, compete à parte recorrente, sob pena de não conhecimento do recurso, dar as razões, de fato e de direito, pelas quais pretende a anulação ou reforma da decisão recorrida. Cumprido tal requisito, mostra-se dialética a suplica recursal, o que impõe a rejeição da preliminar de não conhecimento arguida nas contrarrazões. Visto que as razões recursais rebatem os motivos pela recusa do credor em receber o imóvel, alegando não ser possível incluir no título executivo judicial obrigação não discutida na ação principal (reparos no imóvel), não há se falar em preclusão ou coisa julgada. Diante do auto de constatação formulado por oficial de justiça, corroborado pelo laudo pericial apresentado pelo autor, indicando que o apartamento objeto da obrigação de entrega do bem não está em condições habitáveis, não se encontrando no estado em que as rés se obrigaram a entregá-lo, mostra-se justificada a recusa do credor em recebê-lo. Não procede de modo temerário a parte que não tenha agido de forma maldosa e dolosa nos autos, sendo descabido o pedido de condenação nas penas por litigância de má-fé.