RECURSO DE APELAÇÃO CRIMINAL – RECURSOS DEFENSIVOS (PRIMEIRO – CONDENADO PELA AUTORIA DOS CRIMES DOS ARTIGOS 180 , C/C ART. 157 , § 2º , INCISOS I E II , C/C ART. 311 , NA FORMA DO ART. 69 , DO CP – SEGUNDO – ART. 180 , C/C ART. 311 , NA FORMA DO ART. 69 , DO CP – TERCEIRO - ART. 180 DO CP )– PRIMEIRO – 1. – ABSOLVIÇÃO DO CRIME DE RECEPTAÇÃO – IMPROCEDÊNCIA – DECLARAÇÕES DAS VÍTIMAS E TESTEMUNHA QUE O BEM SUBTRAÍDO ESTAVA NA POSSE DO APELANTE – INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA – 1.2 – ABSOLVIÇÃO DO DELITO DE ROUBO MAJORADO – IMPROCEDÊNCIA – DECLARAÇÕES DAS VÍTIMAS E OUTROS ELEMENTOS PROBATÓRIOS DA AUTORIA DO CRIME PELO APELANTE – 1.3 - ABSOLVIÇÃO DA ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR DE VEÍCULO – PROCEDÊNCIA – PROVAS INSUFICIENTES DA RESPONSABILIDADE PENAL DO AGENTE – 1.4 MITIGAÇÃO DA PENA-BASE AO MÍNIMO LEGAL PARA TODOS OS DELITOS – PARCIAL PROCEDÊNCIA - APENAS QUANTO AO CRIME DE ROUBO MAJORADO – CIRCUNSTÂNCIAS E CONSEQUÊNCIAS DO CRIME PREJUDICIAIS COM ARGUMENTOS INERENTES AO TIPO PENAL – CIRCUNSTÂNCIA DOS ANTECEDENTES PREJUDICIAL - CONDENAÇÃO TRANSITADA EM JULGADO CONTRA O APELANTE – SEGUNDO – 2. ABSOLVIÇÃO DO CRIME DE ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR DE VEÍCULO – PROCEDÊNCIA – PROBABILIDADE DE AUTORIA - INSUFICIÊNCIA PARA A CONDENAÇÃO – TERCEIRO – 3. ABSOLVIÇÃO DO CRIME DE RECEPTAÇÃO – IMPROCEDÊNCIA – PROVA DE QUE O APELANTE SABIA DA ORIGEM ILÍCITA DOS BENS APREENDIDOS EM SUA RESIDÊNCIA – INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA – PARCIAL PROVIMENTO DO PRIMEIRO RECURSO PARA ABSOLVER O APELANTE DA AUTORIA DO CRIME DO ART. 311 DO CP , E REDUZIR A PENA BASILAR MANTENDO-A ACIMA DO MÍNIMO LEGAL – PROVIMENTO DO SEGUNDO RECURSO – DESPROVIMENTO DO TERCEIRO RECURSO – PARCIAL CONSONÂNCIA COM O PARECER MINISTERIAL. 1.Se extrai-se das circunstâncias que envolvem o crime, através das palavras das vítimas e policiais, a prova do conhecimento da origem criminosa do bem por parte do apelante, deve sua condenação ser mantida. 1.2.Impõe-se a condenação do apelante pelo crime de roubo majorado se há nos autos o seu reconhecimento pessoal feito pelas vítimas, e observado o contraditório e ampla defesa, também as declarações de policial que participou das diligências no dia da prisão, além, de elementos probatórios que demonstram a autoria que lhe foi imputada; 1.3.Se apesar de haver prova suficiente de que o apelante foi o agente do crime de roubo do veículo receptado, do qual, foi suprimida a placa de identificação, não se admite a condenação pelo crime de supressão de sinal de identificação de veiculo automotor, sob a presunção de que fosse também o responsável pela supressão para evitar a identificação do produto do roubo e, ainda, por ser parente de outro réu com quem foram encontradas as respectivas chaves e com quem coabitava, pois, tal motivação é insuficiente e leva à dúvida razoável sobre a autoria do crime imputado, dando azo à aplicação do brocardo jurídico in dubio pro reo; 1.4.Necessária a redução da pena basilar do crime de roubo majorado, se as circunstâncias e consequências do crime foram consideradas prejudiciais com elementos intrínsecos ao tipo penal. Por outro lado mantêm-se a prejudicialidade dos maus antecedentes, se o agente possui em seu desfavor, sentença transitada em julgado por crime anterior. 2. Se apesar do apelante ter sido encontrado com as chaves do veiculo do qual foi suprimida a placa de identificação, mas, inexistindo contraprova de que já o tivesse adquirido sem ela, como alega, há dúvida razoável sobre a autoria do crime imputado e assim sendo, aplica-se o brocardo jurídico in dubio pro reo; 3. Alegar o desconhecimento da origem ilícita da res não exime o apelante das sanções impostas pela Lei Penal no crime de receptação, pois, a apreensão dos bens subtraídos em seu poder gera o ônus de comprovar a procedência lícita dos referidos bens, e se de tal ônus, não se desincumbe, evidencia sua ciência sobre a ilicitude da origem.