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8 de Maio de 2024

A crise financeira americana e a contabilidade, auditoria independente e a perícia contábil.

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A Contabilidade é uma ciência que mensura ou registra os fatos e atos administrativos de um determinado Patrimônio vinculado a uma entidade.

Auditoria é uma técnica utilizada por profissionais habilitados que com o uso dos princípios de auditoria geralmente aceitos visa atestar

através de um Parecer a veracidade dos fatos através de exame amostral

a veracidade dos demonstrativos contábeis com o patrimônio da

entidade. Perícia é uma técnica utilizada por profissional habilitado

para responder os quesitos formulados de modalidade proba e licita,

para que o tomador proceda a seu julgamento diante das respostas

solicitadas.

A contabilidade apresenta a posição do Patrimonial da entidade na data

de sua realização através de seus demonstrativos, obedecendo aos

princípios de contabilidade geralmente aceitos e o que está prescrito

na Lei No. 6.404/76 e alterada pela Lei No.11.638/2007.

Se a S E C (Securities Exchange Comission), entidade americana, igual

a C V M (Comissão de Valores Mobiliários) no Brasil, tem o poder de

regulamentar e disciplinar as demonstrações financeiras dos Bancos e

de instituições financeiras similares, exigindo que seus

demonstrativos sejam elaborados por profissional devidamente

capacitado e qualificado, sendo a seguir auditadas por auditoria

independente que após exames e vistorias visa expedir um parecer,

atestando a veracidade dos demonstrativos em perfeita sintonia com o

patrimônio da entidade, sabendo que o auditor independente está

vinculado a uma das big five das melhores auditorias do mundo, como

podemos entender que a crise financeira não havia indícios claros de

sua gravidade e tamanho.

Os bancos e demais instituições similares ofereceram créditos a

pessoas que não tinham o mínimo de garantia e esse fato não foi

previamente detectado pelo FED na época presidido pelo brilhante Alan

Greenspan e hoje pelo brilhante Ben Berneck, não parece muito estranho

esse fato, que após 10 anos de Alan Greenspan resolve entregar a

diretoria no ano da ocorrência da maior crise financeira americana

após 1929/1930.

Não parecer estranho que os demonstrativos financeiros e contábeis

dessas instituições fossem auditados por auditoria independente, que

mesmo assim expedissem um parecer sem ressalva para essas instituições

e essa documentação proba e licita foi aceita e acatada pela FED

americano, sem nenhuma restrição na época, possibilitando o

continuísmo de suas atividades econômicas.

Não parecer estranho que essas instituições financeiras continuassem

com suas ações negociadas em bolsa de valores continuando valorizadas

sem nenhuma restrição da SEC ou do FED, ou mesmo de nenhuma agência

que presumidamente analise e avalia o referido mercado.

Após escândalos financeiros tais como a ENROE, WORDCOM, e demais, que

resultou na elaboração da SOX, Governança Corporativa, Stake Holders,

Supervisão de Auditoria, Comitê de Responsabilidade Social, Ambiental,

Sustentabilidade, e demais e mesmo assim aconteceu o estouro da crise

financeira americana.

Não é estranho que o escritor, William F. Mahoney, autor da Bíblia dos

profissionais de relações com investidores, um guia dos profissionais

para Marketing Financeiro e Comunicação, não tenha alertado para esse

grave fato que hoje assusta a economia do mundo globalizado.

Não parece estranho que após a reeleição do Presidente Bush, e a

elevação da dívida interna americana, proveniente da sustentação

financeira de diversos conflitos armados em diversos países, onde

facilmente foi encontrado o ditador do Iraque e ainda não foi

encontrado o autor intelectual do atentado terrorista que dizimou as

torres gêmeas e diversas vidas.

Não parece estranho que os dois partidos americanos, Democrata e

Republicano ficam sempre trocando de mandatos e presidentes, sempre

levantando a bandeira da democracia onde se figura a liberdade

econômica e tem a mais moderna tecnologia e o melhor aparato de

informações, não ter percebido antecipadamente a citada crise.

Não é estranho que a hecatombe financeira americana tem reflexo em

todo o mundo globalizado, onde o atual presidente estava perdendo

aliados para a sustentação e manutenção da PAZ nas áreas de conflito

armado, assumindo praticamente o ônus do custo financeiro de sua

manutenção.

Não parece estranho que as modernas técnicas de transparências

derivativas da atual legislação americana não tenham notado nos

demonstrativos e pareceres dos auditores nenhum fato que

possibilitasse a identificação inicial da crise financeira.

Não parecer estranho que tendo as melhores universidades do mundo, com

os melhores profissionais, com sistemas de alta tecnologia, não fossem

capazes de identificar e sanar previamente essa crise evitando o seu

descalabro mundial.

Não é estranho que tendo uma escola de contabilidade mais evoluída não

tenha os demonstrativos transparentemente expedidos, não se procedeu a

uma pequena analise que pudesse identificar o inicio da crise

financeira.

Será que os investidores não visualizaram que o cassino existente um

dia poderia vir á lona, com promessas fantasiosas de lucro fácil, ou

será que sabiam da ajuda do governo por ter participação direta ou

indireta na crise financeira.

Os demonstrativos, Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado do

Exercício, Demonstração de Origens e Aplicação de Recursos,

Demonstração de Lucros e/ou Prejuízos Acumulados e Notas Explicativas,

Relatório da Administração, Parecer de Auditoria, Demonstração do

Fluxo de Caixa, Demonstração do Valor Adicionado, Demonstração da

Mutação do Patrimônio Líquido, não seria suficiente para identificar

previamente a crise financeira americana, se tivessem sido analisados

e avaliados periodicamente conforme determina a legislação.

Não é estranho que dentre os 20 (vinte) maiores bancos americanos

citados na lista do FED e do Tesouro Americano, estejam o American

Express e o MasterCard, bancos de investimentos que liberam crédito em

todo o globo, criando uma dinheiro de plástico que atinge a todas as

camadas, e eles até o presente momento não sofreu nenhuma restrição ou

mesmo um simples comentário.

Será que os contadores, auditores internos e independentes e peritos,

jamais desconfiavam que os demonstrativos dessas entidades exaravam

fatos no mínimo estranho, ou não era interessante divulgar esses

fatos, pois os mesmos poderiam chamar a atenção dos investidores que

preferem o lucro fácil, e são eles que verdadeiramente alimentam o

sistema do mercado de ações.

As análises financeiras procedidas, as análises comparativas, os

índices econômicos e financeiros aplicados não refletiam uma suspeita

do que poderia acontecer com essas entidades, já que tinha todo o

aparato profissional e legal que identificasse essa situação

previamente, ou isso poderia resultar numa bolha inimaginável.

Não parecer estranho que o Tesouro Americano utilize dinheiro público

para sanar gestões no mínimo fraudulentas e eivadas de vícios das

entidades financeiras, onde todos corroboraram para a existência da

crise financeira mundial.

Não é estranho que a estatização dessas entidades, através do processo

de ajuda financeira, representa a intervenção do estado na economia,

tese essa, repelida historicamente pela democracia americana.

Não é estranho que, para conter o agravamento da dívida interna

americana, sem implicar no estilo de vida do americano, seja

necessário a criação de uma crise descomunal que atinja a todas as

economias globalizadas.

Não é estranho que essa crise financeira americana tenha eclodido no

momento em que a economia americana estava declinando quando comparada

com outras economias de países emergentes e isso é inaceitável para o

americano moderno.

Não é estranho que esses acontecimentos nos levem a reflexão de que, o

que realmente importa e movimenta o mundo não é ação humanitária mas

ação negociada em bolsa de valores, ou seja, o CAPITAL.

O presente artigo vem declinar a reflexão que a CONTABILIDADE, a

AUDITORIA e a PERÍCIA CONTÁBIL, se exercidas de modalidade

transparente, profissional e responsável deveria identificar

previamente a existência de fatos que resultaram na atual crise

financeira americana.

ELENITO ELIAS DA COSTA

Contador, Auditor, Analista Econômico e Financeiro, Instrutor de

Cursos do SEBRAE/CDL/CRC, Professor Universitário, Professor

Universitário Avaliador do MEC/INEP do Curso de Bacharelado em

Ciências Contábeis, Consultor do Portal da Classe Contábil, da Revista

Netlegis, do Interfisco, do IBRACON - Instituto dos Auditores

Independentes do Brasil (Boletim No.320), Autor de vários textos

científicos registrados no Instituto de Contabilidade do Brasil, sócio

da empresa IRMÃOS EMPREENDIMENTOS CONTÁBEIS S/C LTDA.

E-mail: elenitoeliasdacosta@gmail.com

GESTÃO EMPRESARIAL - PLANEJAR OU IMPLODIR

No mundo globalizado respirando a crise financeira diuturnamente,

sofrendo com as inovações tecnológicas do sistema de fiscalização,

sentindo o impacto dos custos trabalhistas, custos tributários, e dos

custos operacionais, sentindo a retração do mercado motivado pela

redução da circulação da moeda, as empresas devem conviver com a

existência constante da MUDANÇA, e lamentavelmente poucas tem a

sapiência de entender e interagir com essas mudanças significativas.

Uma das ações mais aconselhável no momento é REVER o Planejamento

Empresarial, em face do novo cenário econômico que se apresenta para o

último trimestre de 2008 e para o primeiro semestre de 2009, é

inegável que o Brasil sentirá sensivelmente o que ou europeus e

americanos estão sentindo na pelé, ou seja, uma crise inimaginável que

resultará numa recessão e desemprego, motivado por ações alheias, mas

oriunda do reflexo da crise financeira americana.

O cenário para o período citado é verdadeiramente mais tenebroso e

causticante, mesmo com a aprovação do pacote de ajuda do governo

americano, pois o valor solicitado representa um pouco mais de 50% do

valor necessário para apagar o incêndio na economia global.

Ás empresas ainda existentes é aconselhável que reveja o seu P D C A,

seu Controle Interno, reavalie os seus pontos fortes e fracos e

mantenha transparência de seus fatos através de uma Contabilidade

eficiente que o possibilite antever e analisar os cenários que se

apresentam otimizando a implantação de melhorias contínuas necessárias

e emergenciais que possam assegurar o mínimo de sustentabilidade ao

seu empreendimento.

Contrate profissionais que tenham uma educação continuada de qualidade

e que tenham visão de futuro, o que necessariamente implica numa

educação superior qualitativa com visão do cenário futuro da empresa,

pois no atual momento a busca de profissionais que possam atenuar a

atual crise se faz necessária.

Devemos observar que a busca de capital de terceiros ficará mais

onerosa e seletiva, a empresa antes de buscar recursos de terceiros

deve rever seu planejamento estratégico de vendas, que deverá esta

impactado por dificuldades mercadológicas, mas deve implementar

sistema que possa maximizar as receitas, analisando o fator custo x

benefício da estratégia.

Analogamente deverá a empresa analisar criteriosamente seu controle

interno, e principalmente seus custos e despesas, estabelecendo um

comparativo com o período anterior e observando o percentual de

redução gradual a fim de minimizar os recursos investidos.

A Contabilidade com seus setores periféricos devem demonstrar de

modalidade transparente e legal os fatos oriundos da gestão, mas seus

relatórios devem ser analisado periodicamente e aferidos com o

planejamento para que haja os procedimentos retificadores que

possibilitem o alinhamento do planejamento, daí a importância desse

profissional e sua competência, habilidade e visão de futuro, apesar

de haver poucos profissionais com essas características mas a empresa

deve se acercar dessas mínimas qualidades, não se deixando mais

enganar com serviços antes oferecidos e de pouca importância para a

gestão.

O profissional de contabilidade deve está preparado para esse nível de

exigência que o mercado deseja para que possa se manter na profissão e

sempre buscando oportunizar a sua viabilidade, mantendo-se sempre

antenado com as variáveis do mercado e principalmente com sua formação

principal, a fim de que continue mantendo a prestação de serviço com o

cliente.

A empresa cliente tem um cenário muito diferente e ameaçador, pois a

qualquer momento pode surgir situação esdrúxula e diferente das

normais em face do cenário motivado pela crise financeira americana

agregada ao nível de transparência que exige o SPED-Contábil,

SPED-Fiscal e Nota Fiscal Eletrônica.

Lamentavelmente, poucas empresas estão assimilando com

profissionalismo o momento quem se aproxima, assim como há poucos

profissionais no mercado que tenham as características mínimas que

possam agregar valor ao continuísmo da prestação de serviços ainda

existente entre os contratantes.

Essa dicotomia poderá levar a empresa a uma situação falimentar, se

nenhum dos contratantes demonstrar possuir essa característica básica

necessária para ao continuísmo da relação, não dá mais para conviver

com aqueles serviços que não agregam valor a gestão empresarial.

Devemos entender que no momento atual nem mesmo o estado (fisco) deseja

continuar com o precário serviços oferecido pela contabilidade, pois a

empresa o mantinha somente para atender ao fisco, e com a existência

do SPED, o fisco está selando e findando com essa relação, passando a

exigir maior transparência e conseqüentemente maior responsabilidade.

O gestor deve entender o momento atual, procedendo a um diagnóstico de

toda sua empresa, principalmente da contabilidade para que a mesma

possa aderir ao SPED por força de lei e da circunstância, pois mesmo

que não lhe seja exigido a sua adesão, deverá repensar sobre citada

exigência, caso contrário deverá pagar essa conta.

Devemos raciocinar de modalidade simples, se as exigências fiscais

citadas anteriormente se referem somente ás empresa que optaram pelo

regime tributário no LUCRO REAL, as demais empresas optantes pelo

regime tributário do Lucro Presumido e Simples Nacional, onde as

mesmas têm transações comerciais com as primeiras citadas, ficando

facilmente identificáveis seus fatos passiveis de sanções fiscais.

Podemos então deduzir que o presente artigo reforça a idéia de

existência de um Planejamento Empresarial para o direcionamento da

gestão empresarial sob pena de acontecer fatos que podem impactar uma

boa gestão e que lamentavelmente poderá atingi-la com a voracidade

felina de um leão.

ELENITO ELIAS DA COSTA

Contador, Auditor, Analista Econômico e Financeiro, Instrutor de

Cursos do SEBRAE/CDL/CRC, Professor Universitário, Professor

Universitário Avaliador do MEC/INEP do Curso de Bacharelado em

Ciências Contábeis, Consultor do Portal da Classe Contábil, da Revista

Netlegis, do Interfisco, do IBRACON - Instituto dos Auditores

Independentes do Brasil (Boletim No.320), Autor de vários textos

científicos registrados no Instituto de Contabilidade do Brasil, sócio

da empresa IRMÃOS EMPREENDIMENTOS CONTÁBEIS S/C LTDA.

E-mail: elenitoeliasdacosta@gmail.com

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