A independência emocional e a política
Direito sistêmico. Direitos fundamentais.
Ter independência emocional é uma característica muito importante na era da tecnologia da informação. Chegamos em um momento social, em que é fácil obter informação.
Do outro lado, pelo facilidade de se ter informações, também fica fácil desgostarmos da informação. Quando não curtimos algo, o que a gente faz? A gente ignora!
Antes da popularização da internet, quando se tinha uma ideia ruim, era comum se gastar muita energia construindo argumentos contrários daquela ideia ruim. Mas, com a popularização da internet, esses movimentos ficou tão comum, que agora, está aumentando o numero de cidadaos que simplesmente não discutem mais. Apenas ignoram, e aceitam que política não leva nada.
Esse movimento de ignorar e desprezar os debates políticos, é uma estratégia de uma hegemonia social que está no poder.
Essa estratégia política se chama “populismo”.
O populismo é um movimento onde não há debate de ideias, e sim, uma tentativa de impor uma ideologia. Os defensores desse movimento costumam pegar termos abstratos relacionados ao bem estar social e, manipulam esses conceitos para que seus seguidores tenham apenas uma perspectiva sobre aquele termo. Perspectiva esta, que favorece uma minoria social que consegue manipular a administração pública.
Por exemplo, vamos pegar o termo “bandido”. Uma prática populista foi de impor a ideia de que “bandido bom, é bandido morto”.
Pois bem, mas o que eles não definem é quem é esse bandido. Por exemplo, um cidadão que mora num bairro com infraestrutura (saneamento básico, energia elétrica, disponibilidade de sinal de internet móvel e de internet banda larga, transporte público, ruas pavimentadas, uma extensa area verde etc.). Para esse cidadão que vive nesse bairro perfeito, quem ele vai considerar o bandido?
Se coloque no lugar desse cidadão, vivendo nesse bairro perfeito, quando esse cidadão liga a televisão e se depara com o Datena falando que ‘bandidos” roubam padaria no centro da cidade e mata o comerciante que tentou se proteger.
Ora, bandido para esse cidadão que vive nesse bairro perfeito vai ser essa pessoa que roubou e matou o comerciante.
Pois bem.
Quem é “os bandidos” que aparecem nas reportagens do Datena? De onde vem esses “bandidos” que aparecem no Datena?
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Vamos analisar uma outra hipótese.
Imagine um cidadão que vive na periferia da cidade de São Paulo. Cidadão este, que o seu salário somente se aplica para pagar o aluguel e comprar comida. Não da para fazer mais nada. Não da para ter um tempo de lazer, não da para investir em educação e muito menos, guardar uns trocados para emergências futuras (poupança).
Imagine que esse cidadão perca o emprego e não consiga trabalho, em virtude de uma crise econômica. O Datena defende que bandido bom é bandido morto; que roubar o patrimônio dos outros é inadmissível, e a polícia tem que repreender quem viola patrimônio alheio.
Diante dessas circunstâncias, quem vai ser o “bandido” para esse cidadão que vive na periferia?
Será a pessoa que roubou e matou o comerciante? Ou será o cidadão que mantém esse sistema discriminatório, onde apenas uma pequena classe social pode ter bem estar social?
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Enquanto nosso sistema democrático não naturalizar o debate de ideias dos interesses de cada grupo de cidadãos em nosso país, haverá essa guerra de ideias e agentes políticos tentando impor pautas nas Câmaras legislativas, que somente beneficiam a hegemonia social que sempre esteve com o poder no Brasil.
Referências:
1. Socialismo na URSS. José Paulo Netto. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9DqmFN2wuOU&t=2s. Acessado em: 27/12/2020.
2. A teoria da revolução em Lênin. Com Augusto Buonicore. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=XYBErHV3bb8. Acessado em: 27/12/2020.