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5 de Maio de 2024

Ação de PMS em Jaguarão reforçam racismo

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A situação vivenciada pelo estudante Helder Santos, da Unipampa, em Jaguarão do Sul, demonstra o que o movimento negro vem denunciando sobre o extermínio de jovens negros pela polícia institucionalizada.

Natural da Bahia, Helder passou no vestibular para História, na Unipampa e trabalha na prefeitura local. Na semana anterior do carnaval, ele e seus colegas de trabalho foram parados em uma ação da Brigada Militar na saída de uma festa. Ao defender o amigo que era chamado de negro e apanhava dos policiais, ele foi algemado, espancado com cacetete e levado a uma Delegacia sob a alegação de desacato a autoridade, por ter chamado os policiais de racistas.

Helder procurou a Corregedoria da BM, que instaurou processo para investigar os responsáveis pela ação (soldado Osni e sargento Ávila). Também foi feita denúncia ao Ministério Público municipal por abuso de autoridade e discriminação racial.

Depois destas iniciativas e de dar entrevista na rádio denunciando o racismo, Helder recebeu carta ameaçando que ele se cuidasse, que as pessoas com quem estava se metendo eram perigosas. Era o primeiro aviso.

No segundo aviso, Helder foi chamado de baiano nego sujo e em um dos trechos a ameaça era direta. No carnaval tu escapou. Mas dei um jeito no teu amigo. Deixei a cara dele ainda mais feia e preta que a tua, seu otário e pressionava para que Helder deixasse a cidade.

Medidas urgentes

Como medida urgente, será aberta, pela Secretaria Estadual de Direitos Humanos, investigação em relação ao caso e Helder será colocado em regime de proteção de testemunhas. As investigações devem correr o mais rápido possível e tomadas todas as providências cabíveis.

A expectativa é que as sindicâncias sejam concluídas em abril. Se forem considerados culpados poderão ser expulsos da Brigada e será aberto processo criminal contra os policiais.

Para o movimento negro, o Estado gaúcho e brasileiro terão que responder pela atitude da sua polícia e não podem continuar se omitindo em relação ao racismo e a intolerância frente a situação de extermínio dos jovens negros.

O Sindjus/RS, através do GT de Raça e Gênero, soma às reivindicações do movimento negro e é solidário aos jovens agredidos pelos policiais, como Helder e também o jovem Tayroni, de Osório (RS), campeão brasileiro de boxe juvenil, brutalmente assassinado por outro brigadiano.

Para o Sindicato, é urgente e necessário que o Poder Judiciário e o Ministério Público do RS, se voltem para esses casos com maior rigor, punindo de forma veemente todos os crimes movidos pelo racismo, preconceito e intolerância. A entidade também levará o assunto ao Fórum dos Servidores Públicos Estaduais (FSPE), e proporá que o Fórum cobre do governo Tarso, ações concretas relacionadas às recentes ações racistas da polícia gaúcha.

Assessoria de Comunicação

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