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2 de Maio de 2024

Apoio à democracia diminui com corrupção e recessão, mostra Datafolha

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O apreço do eleitorado pela democracia como forma de governo diminuiu nos últimos anos, um provável reflexo do descrédito em que os políticos caíram com o cerco à corrupção e a profunda recessão econômica em que o país mergulhou há três anos.

Segundo o Datafolha, 56% dos eleitores concordam com a noção de que a democracia é sempre melhor do que outras formas de governo. Em dezembro de 2014, a mesma ideia tinha o apoio de 66% do eleitorado –o nível mais alto de apoio à democracia observado pelo Datafolha desde que a pergunta começou a ser feita pelo instituto, em 1989.

No fim de 2014, a ex-presidente Dilma Rousseff acabara de ser reeleita e se preparava para iniciar seu segundo mandato. Embora as dificuldades econômicas fossem evidentes, a taxa de desemprego ainda estava em queda e os efeitos mais fortes da recessão ainda estavam por vir.

Segundo o Datafolha, 21% dos eleitores concordam com a ideia de que em certas circunstâncias uma ditadura é melhor do que um regime democrático. Em dezembro de 2014, pensavam dessa forma 15% dos eleitores. Outros 17% se disseram indiferentes à forma de governo do país. Há três anos, 12% achavam isso.

Na série histórica do Datafolha, o nível mais baixo de apreço pela democracia foi observado em fevereiro de 1992, quando o então presidente Fernando Collor de Mello estava prestes a completar dois anos de mandato.

Nos meses seguintes, período em que Collor e seu governo foram atingidos por uma série de acusações de corrupção que levaram ao seu impeachment antes do fim do ano, o apoio à democracia voltou a crescer. Em março de 1993, quando o país era governador por Itamar Franco, 59% preferiam a democracia.

A parcela do eleitorado que considera a ditadura preferível ao regime democrático em certas situações alcançou 29% em junho do ano 2000 e desde então diminuiu de forma quase contínua até o fim de 2014, mostra o Datafolha.

MENSALÃO

Nesse período, o prestígio da democracia também aumentou de forma praticamente contínua, com exceção de uma inflexão observada pelo Datafolha em julho de 2005, pouco depois do início do escândalo do mensalão, quando o apoio ao regime democrático diminuiu para 56%.

Deflagrado pelas acusações do então deputado Roberto Jefferson, o escândalo abalou o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes de ele concluir seu primeiro mandato. Superada a crise política, Lula conseguiu se reeleger no ano seguinte, quando a economia passou a crescer em ritmo mais acelerado e o apoio à democracia se recuperou.

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