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4 de Maio de 2024

Breve comentário sobre mais um caso de racismo no Carrefour em SP

Direito Constitucional. Direitos humanos.

Publicado por Bachareis em Direito
há 3 anos
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É com muita tristeza que durante a pandemia a sociedade brasileira pode observar um ato tão impactante de um funcionário do Carrefour.

Detalhe que esse ato foi feito pelo segurança da filial no município de São Paulo. Justo o segurança que tem a função de proteger os clientes/cidadãos presentes no local.

Ao analisar o caso, pode-se perceber que houve dois tipos de racismo naquele ato de violência física.

Teve a violência física em si, mas também teve a violência gerada pela omissão (violência omissiva) proferida pela pessoa que estava filmando aquele ato.

Nessa sociedade digital é mais fácil filmar ao invés de fazer alguma coisa.

Mas aí, resta a dúvida: “mas o que fazer nessa situação?”

Bom, se eu estivesse presenciando uma briga com violência física, como mulher, não iria me envolver diretamente, mas eu iria correr e procurar outras pessoas, para falar sobre a violência, e ligar para a polícia militar. Sobre a questão da filmagem, todo o ambiente do Carrefour já tem sistema de monitoramento próprio, então basta chamar a atenção daquele ato para mais pessoas para o “barulho” acontecer.

Vale lembrar também que esse ato de violência era um local público, provavelmente esse local era em uma região comercial, pois o Carrefour nunca que iria montar uma filial em uma região isolada.

Um supermercado multinacional como o Carrefour sempre está localizado em uma região de fluxo intenso de pessoas. É uma estratégia empresarial.

Logo, se a pessoa que estivesse filmando, ao invés disso, procura-se chamar a atenção de outras pessoas, ou liga-se para a polícia; talvez esse homem não estaria morto agora.

Necessário refletir também na questão do racismo estrutural.

As estruturas da nossa sociedade induzem à essa omissão de ação, ou seja, a estrutura da nossa sociedade faz com que os cidadãos sejam passivos nas questões de interesse coletivo.

Esse racismo estrutural é discutido pelo sociólogo Jessé Souza, em seu livro “A tolice da inteligência brasileira”, do ano de 2015. Mas o Jessé Souza tem várias outras obras sobre o racismo estrutural e de seus impactos na sociedade.

Referências:

1. 20 de novembro: Dia da Consciência Negra – por uma educação antirracista. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ujCjC2Br6-Q. Acessado em: 22/11/2020.

2. Racismo e morte no Carrefour são a ponta de um iceberg envolvendo multinacionais. Brasil de fato. Ano: 2020. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2020/11/21/racismoemorte-no-carrefour-saoaponta-de-um-iceberg-envolvendo-multinacionais . Acessado em: 22/11/2020.

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