Breve comentário sobre mais um caso de racismo no Carrefour em SP
Direito Constitucional. Direitos humanos.
É com muita tristeza que durante a pandemia a sociedade brasileira pode observar um ato tão impactante de um funcionário do Carrefour.
Detalhe que esse ato foi feito pelo segurança da filial no município de São Paulo. Justo o segurança que tem a função de proteger os clientes/cidadãos presentes no local.
Ao analisar o caso, pode-se perceber que houve dois tipos de racismo naquele ato de violência física.
Teve a violência física em si, mas também teve a violência gerada pela omissão (violência omissiva) proferida pela pessoa que estava filmando aquele ato.
Nessa sociedade digital é mais fácil filmar ao invés de fazer alguma coisa.
Mas aí, resta a dúvida: “mas o que fazer nessa situação?”
Bom, se eu estivesse presenciando uma briga com violência física, como mulher, não iria me envolver diretamente, mas eu iria correr e procurar outras pessoas, para falar sobre a violência, e ligar para a polícia militar. Sobre a questão da filmagem, todo o ambiente do Carrefour já tem sistema de monitoramento próprio, então basta chamar a atenção daquele ato para mais pessoas para o “barulho” acontecer.
Vale lembrar também que esse ato de violência era um local público, provavelmente esse local era em uma região comercial, pois o Carrefour nunca que iria montar uma filial em uma região isolada.
Um supermercado multinacional como o Carrefour sempre está localizado em uma região de fluxo intenso de pessoas. É uma estratégia empresarial.
Logo, se a pessoa que estivesse filmando, ao invés disso, procura-se chamar a atenção de outras pessoas, ou liga-se para a polícia; talvez esse homem não estaria morto agora.
Necessário refletir também na questão do racismo estrutural.
As estruturas da nossa sociedade induzem à essa omissão de ação, ou seja, a estrutura da nossa sociedade faz com que os cidadãos sejam passivos nas questões de interesse coletivo.
Esse racismo estrutural é discutido pelo sociólogo Jessé Souza, em seu livro “A tolice da inteligência brasileira”, do ano de 2015. Mas o Jessé Souza tem várias outras obras sobre o racismo estrutural e de seus impactos na sociedade.
Referências:
1. 20 de novembro: Dia da Consciência Negra – por uma educação antirracista. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ujCjC2Br6-Q. Acessado em: 22/11/2020.
2. Racismo e morte no Carrefour são a ponta de um iceberg envolvendo multinacionais. Brasil de fato. Ano: 2020. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2020/11/21/racismoemorte-no-carrefour-saoaponta-de-um-iceberg-envolvendo-multinacionais . Acessado em: 22/11/2020.