Armando Tibério foi um dos melhores escrivães que a Polícia Civil de São Paulo já teve. Um verdadeiro gentleman, além de simpático, diplomata, competente, correto e fiel aos amigos, tinha mais uma qualidade que o distinguia: era o ser mais calmo e tranqüilo do mundo, incapaz de "matar uma mosca"... Os Delegados disputavam o privilégio de tê-lo como seu escrivão. Um deles, apesar de ser uma pessoa honesta e diligente, com relevantes serviços prestados à instituição policial, tinha um defeito: quando ficava nervoso, tornava-se violento; não era um "torturador" propriamente dito, mas chegava a dar uns bons tapas em alguns detidos... Certo dia, em pleno corredor do Distrito Policial, o referido Delegado dava uns sopapos em um negro alto e forte, acusado de estupro, o qual estava seguro por dois investigadores. Um outro policial, querendo bajular o Delegado, falou, então, em voz alta, para que o "chefe" ouvisse: "Como o doutor é machão!" Foi aí que Armando Tibério, com a voz calma e pausada