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4 de Maio de 2024

"Carona paga" é ilegal, diz agência reguladora sobre app Uber

Segundo ANTT, oferta de transporte em troca de pagamento sem autorização pública desrespeita resolução

Publicado por Rafael Costa
há 10 anos
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O Uber, aplicativo americano de "carona" mais popular do mundo, anunciou sua chegada ao Brasil em maio, pouco antes de ser avaliado em 18,2 bilhões de dólares. A startup já oferece corridas no Rio e em São Paulo, a taxas que variam de 15 a 12 reais, abrindo uma guerra com taxistas — que se dizem prejudicados. Agora, o governo entrou na discussão, afirmando que o modelo é ilegal. Questionada pela reportagem de VEJA. Com, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) diz que a resolução 4.287 "considera serviço clandestino o transporte remunerado de usuários, realizado por pessoa física ou jurídica, sem autorização ou permissão do poder público competente".

Segundo Beto Aquino Agra, coordenador do Laboratório de Inovação Digital da ANTT, a cobrança pelo serviço, como feita pelo Uber, caracteriza a modalidade de transporte público: se realizado sem a devida autorização do poder público, é ilegal. Uber e similares, como o Zaznu, que sugerem uma taxa de pagamento em troca do transporte, portanto, não obedecem à resolução.

O Uber respondeu. "Oferecemos um serviço mais sofisticado, com carros executivos, diferente do que é oferecido por táxis. Não somos um concorrente direto dos taxistas e nem de qualquer outro transporte público" , diz Solamon Cruz Estin, responsável pela expansão internacional da companhia. "Estamos dispostos a colaborar com a comunidade e com o governo para criar um ambiente de harmonia para todo o ecossistema de transporte urbano."

Para coibir a "carona paga", a ANTT promete realizar inspeções, embora reconheça que não será fácil identificar os motoristas que burlam a lei. "Vamos intensificar as nossas fiscalizações, porque em muitos casos os piratas dizem se tratar de carona solidária, uma prática não considerada irregular pela resolução 4.287 ou pelo artigo 736 do Código Civil, que diz: 'Não se subordina às normas do contrato de transporte o feito gratuitamente, por amizade ou cortesia'", diz Agra. Quem for pego, contudo, será multado e poderá ter o seu carro retido por 72 horas. O valor da multa pode chegar a 5.000 reais.

A rede Uber é composta por usuários — qualquer pessoa que baixar o app em seu smartphone — e motoristas profissionais. "Avaliamos experiências anteriores na profissão, porque nos preocupamos com o bem-estar dos nossos clientes. Para ser um motorista Uber, é preciso ter um carro executivo — modelos Chevrolet Zafira, Toyota Corolla ou Hyundai Azera —, possuir habilitação e seguro de automóvel para uso comercial", afirma Estin. Os colaboradores do Uber não têm contrato de exclusividade com a companhia e 80% do valor pago nas corridas são repassados como remuneração ao motorista.

Por Renata Honorato na Veja Online.


Como disse um amigo:

O país que proibiu o posto self-service para proteger o emprego do frentista, não iria deixar você pagar mais barato por transporte.

O governo não gosta de você, cidadão, ele não quer que você pague menos e escolha com quem quer negociar e como negociar. O governo brasileiro odeia eficiência e adora protecionismo. Este país, infelizmente, parece não ter jeito. Vamos cada vez nos tornar menos produtivos, mais atrasados e amarrados no século XIX, não chegamos nem no século XX, quanto mais no XXI...

Ao "gerar" empregos com ineficiência, garantimos que certos cargos continuem existindo, mas diminuímos os empregos a longo prazo, principalmente os mais qualificados, pois afeta-se a geração de riqueza do país, deixando-o menos competitivo e mais caro.

O perverso é que, além de amargar anos de ineficiência quando uma solução melhor e mais barata já existe, cedo ou tarde, seremos obrigados a adotá-la, ou permaneceremos na "idade média" em relação aos demais países. Nesse momento, por termos proibido o empreendedor brasileiro de tentar desenvolver a inovação, acabaremos, mais uma vez, utilizando uma solução estrangeira que levará parte do dinheiro daqui para fora.

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