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20 de Maio de 2024

Castelo de deputado simboliza Congresso medieval

Publicado por Expresso da Notícia
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Que muitos políticos brasileiros vivem como marajás ou nobres da Idade Média, com incontáveis privilégios, poucos duvidavam. Mas a descoberta de que o deputado Edmar Moreira (DEM-MG) possui um castelo avaliado entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões no interior de Minas Gerais, não declarado à Justiça Eleitoral, veio confirmar que, de fato, existem políticos que se sentem e se comportam como membros de castas acima de qualquer norma.

O segundo vice-presidente e corregedor da Câmara, deputado Edmar Moreira (DEM-MG), disse que não vê motivos para deixar o cargo por causa das denúncias de que não declarou ao imposto de renda um castelo de sua propriedade e também por ter dívidas com o INSS. Ele disse que que se sente "absolutamente" à vontade para ocupar o cargo de corregedor. "Renunciar por quê?", questionou. "Não fui condenado por nenhum Tribunal", emendou.

Ele afirmou que jamais disse que o Conselho de Ética deveria ser extinto. Na verdade, "tem de ser mudada a operacionalização". Moreira defendeu que quem deve julgar os parlamentares é a Justiça e que o Conselho de Ética apenas analise a admissibilidade da denúncia. "Acho que todo mundo é inocente, até que se prove o contrário", afirmou.

Embora tenha tentado desconversar sobre a denúncia de que sua empresa tenha dívida com o INSS, ele informou que há um processo contra a empresa, mas que [ele] ainda não foi citado. "Tem processo de uma fiscalização que houve, eu não fui citado no processo, o processo está na Justiça. Esse é um valor que já provamos que foi pago", disse Edmar Moreira.

Em relação ao castelo, que ele não teria declarado ao imposto de renda, o deputado afirmou que passou todos os bens para o nome dos dois filhos, inclusive o castelo. O imóvel fica na sua cidade natal, São João Nepomuceno (MG), e, segundo o deputado, está avaliado entre R$ 20 e R$ 25 milhões. Ele disse que construiu o imóvel na década de 1980 para atrair turistas à região. "A idéia era fazer um tipo diferente de turismo. O que será melhor do que um castelo?", justificou.

Partido quer a cabeça de deputado medieval

O Democratas pediu a renúncia do deputado Edmar Moreira (DEM-MG), da 2ª vice-presidência da Câmara dos Deputados, em função das denúncias de que o parlamentar não declarou ao imposto de renda o castelo de estilo medieval, situado em sua propriedade, e de que tem dívidas com o INSS. A recomendação consta de nota à imprensa assinada pelo presidente da legenda, deputado Rodrigo Maia (RJ), filho do ex-prefeito do Rio, Cesar Maia (ex-PDT, ex-PMDB e hoje DEM).

Maia afirma, na nota, que as denúncias divulgadas pela imprensa serão remetidas imediatamente à comissão de ética do partido,"para que, o mais rapidamente possível e concedido o amplo direito de defesa conforme os ritos estabelecidos estatutariamente, seja tomada uma decisão final".

O documento diz que o Democratas repele e considera incompatível com o rigor ético do partido as declarações do deputado Edmar Moreira."É inaceitável colocar a solidariedade fraterna entre colegas acima do compromisso essencial com a moralidade parlamentar."

Apoio dos mensaleiros

O deputado Edmar Moreira foi eleito 2º vice-presidente da Câmara no dia 2. Ele não participou da reunião da bancada, que indicou o deputado Vic Pires (PA) como candidato oficial do partido ao cargo na Mesa, e se lançou candidato avulso. Venceu a disputa e derrotou o candidato oficial do partido.

De acordo com alguns analistas, Moreira foi apoiado pelos mensaleiros. Ele votou pela absolvição de nove mensaleiros, dos quais cinco são do PT - Partido dos Trabalhadores.

No documento, o DEM afirma que sempre colocou a questão ética como uma de suas prioridades e que na Câmara participou "ativamente" da instalação do Conselho de Ética.

No dia seguinte à posse como 2º vice-presidente e Corregedor da Câmara, o deputado Edmar Moreira disse que colocaria para discussão das lideranças partidárias proposta para que o julgamento dos deputados, acusados de denúncias, fosse feito pelo Poder Judiciário e não pelo Parlamento.

"As recentes declarações do deputado Edmar Moreira no sentido de retirar do Parlamento o poder de julgar seus membros são frontalmente contrárias à filosofia do Democratas", afirma a nota.

"Somadas suas últimas atitudes às denúncias de contradição nas informações de sua declaração de bens, o Democratas considera que quaisquer decisões, mesmo que corretas, tomadas pelo deputado, no exercício de suas funções, serão sempre eivadas de suspeição, com evidentes prejuízos para a imagem do Poder Legislativo", diz o texto.

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