Condomínios têm dificuldade de seguir a lei.
Falta de estrutura da Prefeitura dificulta a prática da ação As quatro cooperativas locais, especializadas no trabalho, não dão conta da demanda - Por: ADIVAL B. PINTO
Giuliano Bonamim
giuliano.bonamim@jcruzeiro.com.br
Os condomínios residenciais, comerciais e industriais de Sorocaba são obrigados a separar os resíduos inorgânicos produzidos em suas dependências para o processo de reciclagem. A determinação consta na Lei 9.423 de 15 de dezembro de 2010, mas a falta de estrutura do serviço de coleta seletiva disponibilizado pela Prefeitura tem dificultado essa prática. Os síndicos e administradores desses locais dizem que as quatro cooperativas existentes na cidade, especializadas nesse trabalho, não conseguem dar conta da demanda.
O Centro de Estudos e Apoio ao Desenvolvimento, Emprego e Cidadania (Ceadec) afirma que falta estrutura para a coleta seletiva em Sorocaba. A presidente da entidade, Rita de Cássia Gonçalves Viana, tem um cálculo em mãos feito pelo governo municipal que comprova as dificuldades. Segundo ela, a cidade reaproveita uma média de 400 toneladas de metal, plástico, papel e vidro por mês. Mas 4 mil toneladas vão para o aterro, diz.
Rita ressalta ainda que Sorocaba precisa dar mais atenção aos resíduos inorgânicos, pois a partir de 2014 o município não poderá mais descartar esse tipo de material em aterros. É preciso mais investimento nas cooperativas, tanto na contratação de pessoas quanto na aquisição de equipamentos, veículos e na melhoria da estrutura, comenta.
Em Sorocaba funcionam quatro cooperativas de reciclagem de resíduos: Coreso, Cataris, Reviver e Ecoeso. cada uma é responsável pela coleta em determinadas áreas da cidade. Essa separação de metal, plástico, papel e vidro é feita no edifício Paraty, situado na rua da Penha, região central de Sorocaba. O material é colocado em contêineres específicos para o lixo reciclado, mas nenhuma cooperativa de Sorocaba compareceu ao local para retirar os resíduos.
O advogado Marcelo Aparecido de Camargo Sanches, morador e síndico do prédio, encaminhou há meses o pedido para a Cooperativa de Reciclagem de Sorocaba (Coreso). Mas nunca tive resposta, eles nunca foram buscar o lixo, diz. A solução dos moradores foi destinar os resíduos aos próprios funcionários do edifício. As faxineiras e os porteiros levam esses lixos embora e os revendem, diz.
Esse problema não é específico dos moradores do edifício Paraty. A Enter Administração Integrada de Condomínios coordena 60 estabelecimentos residenciais e comerciais da cidade e sente na pelé toda essa dificuldade. Segundo o gerente administrativo da empresa, Ronaldo Mariano, apenas metade de seus clientes recebe a visita das cooperativas de reciclagem. Fizemos o contato com a Secretaria de Finanças, cadastramos todos os condomínios, mas nem todos ainda foram atendidos com o serviço, relata.
Notícia publicada na edição de 04/11/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 12 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
Fonte: http://portal.cruzeirodosul.inf.br/