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2 de Maio de 2024

Defensor Público usa voz e violão no Tribunal do Júri para defender seu cliente

Defensor Público canta melodia Hey Joe da banda O Rappa. A cena inusitada foi gravada e viralizou pelo Whatsapp, mesmo assim seu cliente foi condenado a 13 anos de prisão pelo homicídio praticado.

Publicado por Fátima Burégio
há 6 anos
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Por Campo Grande News

“Hey Joe. Onde é que você vai com essa arma aí na mão? Hey Joe. Esse não é o atalho pra você sair dessa condição! Dorme com tiro acorda ligado. Tiro que tiro trik-trak boom para todo lado... Também morre quem atira...”.

Com o violão nas mãos, o defensor público Rodrigo Antônio Stochiero Silva apelou para a música, “Hey Joe”, da banda O Rappa, na tentativa de comover o júri popular de Luan Veríssimo Valadares, 27 anos, na última sexta-feira (23), em Campo Grande.

A cena inusitada foi gravada a pedido do defensor e viralizou pelo Whatsapp. No entanto, não surtiu o efeito esperado já que o réu foi condenado a 13 anos pelo assassinato de Nuno Mayerson Leal Pereira Toledo, ocorrido em 2014.

O defensor é conhecido pelas “defesas incomuns”. Em julgamento recente, chegou ajoelhar e chorar para a família da vítima.

Desta vez, consta nos autos que a defesa durou pouco mais de uma hora e teve como ponto alto o "show acústico" do defensor.

O Campo Grande News tentou contato com Rodrigo, porém foi informado pela assessoria de comunicação da Defensoria Pública que ele está de férias e só comentaria a cena no próximo mês.

A escolha da música pelo defensor pode estar atrelada as circunstâncias do assassinato cometido pelo réu. De acordo com o processo, Luan queria se vingar, pois Nuno teria tentado matá-lo. Mas, não conseguiu e acabou matando o irmão dele.

Juiz - O júri foi presidido pelo juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri Aloísio Pereira dos Santos. O magistrado explicou que a defesa é ampla e o defensor tem a liberdade de usar todos os meios lícitos para defender o assistido. “Ele [Rodrigo] usou o violão e poderia ter utilizado qualquer outro instrumento ao acreditar que agregaria na defesa do cliente”, enfatiza.

Sobre a cena, o juiz ainda revelou que não ficou surpreso, pois já presenciou defesas semelhantes durante a carreira. “De cartas psicografadas como argumentos a réu com chapéu de roça”, detalha.

Assassinato – Segundo inquérito policial, o crime aconteceu no pátio do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, de Campo Grande no dia 30 de novembro de 2014 (domingo), às 5h55.

Familiares da vítima e do denunciado possuíam desavenças há anos, inclusive, com possíveis assassinatos de ambos os lados. A vítima teria tentado matar Luan em setembro de 2007, mas acabou matando o irmão do denunciado.

Por vingança, Luan foi até a unidade penal e ficou na espreita, à espera da vítima na BR-262, onde Nuno pegaria ônibus. Porém ao entrar no ônibus, o denunciado percebeu que a vítima iria a pé, e logo desceu do ônibus, sacou a arma de fogo e desferiu disparos contra a vítima, matando-a.

Luan possui outras passagens pela polícia e também responde na Justiça por outro assassinato cometido no ano passado.

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