Deputado diz que devolverá o dinheiro após "carona" com a FAB
Depois de usar um avião da Força Aérea Brasileira para levar a noiva e seis familiares ao Rio de Janeiro, onde acompanhou a final da Copa das Confederações, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), prometeu devolver o dinheiro economizado com o que chamou de uma carona.
A comitiva acompanhou o jogo entre Brasil e Espanha, no Maracanã. O avião decolou de Natal em direção ao Rio de Janeiro às 19h30min de sexta-feira e retornou no domingo, às 23h. A justificativa (!) para o uso do jato foi um almoço no sábado (29), com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), do qual também participou o senador Aécio Neves (PSDB). O encontro não estava previsto na agenda oficial deles.
Em nota, o presidente da Câmara admitiu o erro e determinou que a sua assessoria providencie o pagamento dos valores das passagens (que ele estimou em R$ 9,7 mil) aos cofres públicos. Para o cálculo do valor a ser ressarcido, o gabinete do deputado levou em conta o preço de passagens entre o Rio e Natal no horário do voo, cerca de R$ 1,3 mil cada uma.
Mas o esperto deputado esqueceu que uma viagem de jatinho no trecho pode custar muito mais - algo em torno de R$ 45 mil, fora os gastos (hospedagem e alimentação dos tripulantes). No ponto, a assessoria do presidente da Câmara argumenta que o parlamentar "usaria a estrutura da FAB mesmo que não desse carona, pois tinha compromisso parlamentar no Rio".
O deputado Henrique Eduardo Alves esteve no Rio de Janeiro cumprindo agenda previamente acertada com o prefeito da cidade, Eduardo Paes. No sábado, 29, os dois participaram de uma reunião-almoço, na residência oficial, na Gávea Pequena. O presidente reconhece que a concessão da carona foi um equívoco e que, por dever, imediatamente, corrige-o, diz a nota divulgada pela presidência da Câmara Federal.
Um decreto, de 2002, que disciplina o uso da frota oficial, diz que os aviões podem ser usados por motivo de segurança e emergência médica, em viagens a serviço e deslocamentos para o local de residência permanente, nessa ordem de prioridade. A norma não diz quem pode ou não acompanhar autoridades nesses voos.