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22 de Maio de 2024

Erro médico matou doadora de medula ósseaUniversitária de 21 anos - que ajudaria criança portadora de leucemia - teve a veia subclávia (próxima da jugular) perfurada, o que causou hemorragia

Publicado por Espaço Vital
há 13 anos
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Laudo entregue ontem (13) à Polícia Civil confirma que a universitária Luana Neves Ribeiro, de 21 anos, morreu por causa erros médicos cometidos enquanto esteve internada no Hospital de Base (HB), de São José do Rio Preto, a 440 quilômetros de São Paulo. Luana morreu no dia 4 de julho quando era submetida a preparativos médicos para fazer a doação da medula óssea para uma criança portadora de leucemia, do Rio de Janeiro.

A morte levou o hospital a paralisar a coleta de medula para transplante e o Conselho Regional de Medicina de São Paulo e Polícia Civil a abrirem investigação.

A medula óssea - também conhecida como tutano - é um tecido gelatinoso que preenche a cavidade interna de vários ossos e produz os elementos figurados do sangue periférico como hemácias, leucócitos e plaquetas.

O laudo emitido pelo Serviço de Verificação de Óbito, da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp), atesta que a jovem "teve a veia subclávia perfurada, o que causou hemorragia e um choque hipovolêmico - queda de pressão causada por grande vazamento de sangue - que a levou à morte". As perfurações teriam ocorrido durante a tentativa de se implantar um cateter para fazer a coleta da medula na veia subclávia (próxima da jugular) esquerda.

O documento também refere que houve "múltiplas perfurações em veias subclávia esquerda", como causa básica da morte. Em consequência, surgiram hemorragias intratorácicas, que causariam o choque hipovolêmico.

"O choque hipovolêmico resulta da perda sanguínea ou volume plasmático. Isso pode ser causado por hemorragia, perda líquida ou trauma, sendo que o choque é uma disfunção que se não corrigida leva à morte", diz o laudo.

Os médicos não diagnosticaram as perfurações e liberaram a doadora, que estava hospedada num hotel de Rio Preto. Quatro horas depois, Luana foi levada à emergência do hospital reclamando de fortes dores e agonizou por mais de uma hora sem receber atendimento de médicos. Mas, ao ser assistida, foi novamente vítima de outros procedimentos errados, e não resistiu.

O delegado João Lafayete Sanches Fernandes, do 5.º Distrito Policial, onde foi aberto inquérito para apurar a responsabilidade pela morte da universitária, ouviu mais duas médicas, uma responsável pelo implante do cateter e outra que a atendeu na emergência.

Com o documento, o delegado esperta poder apontar os responsáveis pela morte da universitária. O Hospital de Base informou por meio de sua assessoria que não se manifestará sobre o assunto até o encerramento da sindicância aberta para apurar o caso.

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