Escritórios ainda usam pouco softwares para auxiliar em atividades jurídicas
Pesquisa mostra que menos da metade dos escritórios no Brasil utiliza a tecnologia para auxiliar em atividades jurídicas
Nove a cada dez escritórios consideram importante o impacto do uso de softwares em suas áreas de atuação, mas menos da metade utiliza a tecnologia para auxiliar em atividades jurídicas e apenas 25% para geração automática de documentos.
Os dados são da pesquisa “Tecnologia, Profissões e Ensino Jurídico”, feita pelo Centro de Ensino e Pesquisa e Inovação (CEPI) da escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP).
A pesquisa teve como principal objetivo identificar de que maneiras as tecnologias computacionais associadas à inteligência artificial têm alterado as profissões jurídicas, transformando e reorganizando as funções e atividades realizadas por profissionais do setor, e como este processo pode impactar na formação em Direito no Brasil.
Foram entrevistados 403 escritórios espalhados pelo Brasil, de pequeno (até 5 advogados) à grande porte (mais de 50 advogados).
Os pesquisadores concluíram que há desigualdades significativas no uso de tecnologia, geralmente explicadas pelo porte dos escritórios.
Além disso, o uso mais disseminado de tecnologia contempla apenas ferramentas básicas de organização e cadastro de informação, e não ferramentas avançadas que auxiliem a própria atividade jurídica.
Eles avaliam que há amplo espaço para a implementação de ferramentas tecnológicas avançadas diante dos indícios de repetitividade dos trabalhos.
A pesquisa aponta que, em sua maior parte, os escritórios de advocacia não estão preparados para uma atuação baseada em tecnologias computacionais avançadas. Os escritórios de maior porte, no entanto, apresentam uma tendência de maior preparação para isso.
Segundo a pesquisa, 77% dos escritórios utilizam softwares de gestão processual – o número chega a 90% se considerados apenas escritórios de grande porte. Em tecnologias relacionadas à gestão financeira, 53% usam. Em escritórios maiores, esse dado é de 87%. Esses dois tipos de softwares são considerados, pelos pesquisadores, ferramentas básicas de organização.