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4 de Maio de 2024

ESPECIAL-Paladina contra bandidos de toga na Justiça brasileira

Publicado por Estadão
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A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon adora provocar, mas inicialmente nem ela percebeu a bomba que tinha disparado.

"Olha, eu uso muita linguagem figurada. Quando eu disse aquilo não parecia tão ruim. Mas aí a entrevista acabou", lembra a agora ex-corregedora nacional de Justiça, rindo."Eu olhei para o meu assessor e ele me olhou como se tivesse visto um fantasma! E foi aí que toda a tempestade começou."

A frase em questão: Eliana Calmon, que foi uma espécie de ombudswoman do Judiciário brasileiro, afirmou que estava sendo atrapalhada por "bandidos que estão escondidos atrás da toga" -juízes corruptos que, segundo ela, favorecem interesses escusos e enchem os bolsos de dinheiro enquanto trabalham o mínimo possível.

O ataque, feito em entrevista à Associação Paulista de Jornais (APJ) no ano passado, gerou um escândalo que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF). O surpreendente resultado foi uma inédita onda de transparência e de reforma nas cortes brasileiras -muitas daquelas que historicamente se comportavam como feudos, sem confiança da população nem dos investidores estrangeiros.

O confronto transformou Eliana Calmon, uma juíza de carreira com 67 anos de idade, avó e autora de um livro de receitas, em uma improvável heroína cult, com mais de 10 mil fãs no Facebook e até um carro alegórico em sua homenagem no Carnaval deste ano.

Primeira mulher a integrar o STJ, Eliana encerrou na semana passada seu mandato de dois anos como corregedora e foi substituída no cargo pelo também ministro do STJ Francisco Falcão.

Após deixar o cargo de corregedora, ela assumiu a diretoria-geral da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam).

A ascensão dessa mulher abalou um universo restrito, dominado por homens grisalhos, cujos discursos costumam ser floreados com frases em latim e elogios rebuscados. Fã de blazers chamativos e acostumada a pontuar suas críticas com uma risada aberta, Calmon chamou juízes corruptos de "vagabundos" e "cupins", disse que o sistema legal brasileiro está "um século atrasado" e pediu mais transparência às cortes.

Apesar daqueles que a acusam de perseguir holofotes -ou, ainda pior, de ser uma boquirrota que calunia sem cuidado nenhum todo o sistema judiciário- Eliana Calmon afirma que seu apoio nas bases lhe deu a autoridade para fazer pressão.

Durante seu mandato no CNJ, ela forçou juízes a revelarem mais dados sobre seus rendimentos, diminuiu práticas que permitiam às autoridades receber vários sa...

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