Espuma suspeita no mar de Angra e Paraty desperta atenção das autoridades
Publicado por Gm M.
há 10 anos
Denúncia feita aponta a Eletrobras como responsável pela espuma
Angra dos Reis faz parte da Costa Verde. Um dos litorais mais protegidos pelos ambientalistas. Foto angra-dos-reis-rj.com
No começo do mês de novembro uma denúncia levou as autoridades da cidade de Angra dos Reis e Paraty a investigarem a causa de espuma que foi vista no mar da região, próxima a usina nuclear, que utiliza as águas do mar para resfriar os reatores.
As autoridades ambientais coletaram amostras da espuma e as encaminharam para análise no laboratório Dolnea, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Um laudo técnico deve ser emitido até a próxima semana dizendo qual o conteúdo da espuma. Em entrevista ao jornal O Globo, o secretário adjunto do Meio Ambiente de Paraty, Gibrail Rameck Júnior, disse que a espuma tinha "cheiro diferente do cheiro da espuma do mar". Segundo o site do jornal, após receber a denúncia o secretário acionou o Inea, Ibama, ICMBio e a Agência Nacional de Petróleo. O secretário também teria dito que teve um contato visual com a espuma e que ela não parecia com a que geralmente se forma quando o mar está em ressaca. A Eletrobras foi apontada como causadora da espuma, ao site divulgou que se trata de um fenômeno natural (comum no mês de março e durante o inverno) que está acontecendo em quase todo litoral do Rio de Janeiro.Os pescadores de Tarituba, em Paraty, e Piraquara, em Angra, alegam que a espuma apareceu há cerca de um mês, ou seja, já na estação da primavera. Ainda de acordo com a Eletrobrás, a espuma, que pode ser de coloração amarelada ou esbranquiçada, é composta basicamente de ar, água e de matéria orgânica, formada pela mistura de restos de organismos marinhos animais e vegetais mortos (fitoplancton e zooplancton). “Quanto mais matéria orgânica, mais espuma”, diz o órgão. Com o mar forte, as ondas na região agem como um “liquidificador”, dando origem a grandes quantidades de espuma e muco viscoso na água. E, com a ação dos ventos e correntes, a espuma é então arrastada para a costa, onde se acumula. A Eletrobras negou que a espuma teria saído do resfriador da usina nuclear. A Capiatania dos Portos de Angra dos Reis tranquilizou a população informando que já tinha analisado no mês passado as espumas. A investigação foi feita na região da Ponta Grossa, na Ilha Grande, e constatou que as algas se desprendem do fundo do mar e, ao baterem em pedras, provocam as espumas amareladas. Ainda de acordo com a Capitania, a apuração foi feita no período em que a Marinha participou do exercício de simulação de acidente nuclear, deste ano, em Angra. O fenômeno não representa gravidade à vida marinha, e em nenhum momento os pescadores interromperam suas atividades - informou a Capitania.