Fala de delegado confirma que Lula sofre perseguição política, diz defesa
Em entrevista à revista Veja, o delegado Mauricio Moscardi Grillo, coordenador da operação “lava jato” na Polícia Federal, disse que os investigadores tinham provas, áudios e indícios que poderiam caracterizar tentativa de obstrução da Justiça por parte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas que, hoje, “os elementos que justificariam um pedido de prisão preventiva não são tão evidentes”. Nas palavras dele, a operação perdeu o “timing” para levar Lula para cadeia. A defesa do ex-presidente reagiu às declarações de Grillo e afirmou que a fala confirma que Lula sofre uma perseguição política.
Para os advogados, a entrevista é “luminosa” ao reconhecer que a operação trabalha com “timing”, ou seja, sentido de oportunidade em relação a Lula, evidenciando a natureza eminentemente política da “lava jato” em relação ao ex-presidente. “É o ‘lawfare’, como uso da lei e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política, exposto reiteradamente pela defesa de Lula, agora afirmado, de modo indireto, pelo próprio coordenador da operação na PF”, diz a nota divulgada nesse sábado (14/1) pelos advogados Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira. Na opinião deles, se Lula tivesse praticado um crime, a Polícia Federal, depois de submetê-lo a uma devassa sem precedentes, teria provas concretas e robustas para demonstrar o ilícito e para sustentar as consequências jurídicas decorrentes.
Na entrevista, o delegado afirma ainda que a PF errou ao ter levado o petista para depor no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, porque acabou permitindo a ele passar uma imagem de vítima. Já os advogados afirmam que a condução coercitiva de Lula para prestar depoimento no aeroporto, em março de 2016, foi ato de abuso de autoridade, porque promoveu um atentado contra a liberdade de locomoção do ex-presidente fo...
Ver notícia na íntegra em Consultor Jurídico