Flanelinhas, guardadores e lavadores de carros nas ruas: vigarice consentida
Por Júlio César Cardoso, servidor federal aposentado
juliocmcardoso@hotmail.com
O Brasil é um país onde o trabalhador é espoliado ou assaltado descaradamente de todas as formas, pela União, Estados, DF e Municípios, com a cobrança de alta carga tributária sem retorno em serviços públicos qualificados. Os (maus) exemplos aí estão:
1) Educação, saúde e segurança de baixa qualidade;
2) Pela cobrança onerosa e inconstitucional de estacionamento de carros em locais públicos, eleitos aleatoriamente pelos municípios como áreas azuis de cobrança de estacionamentos;
3) Pela vigarice consentida pelos municípios e pela justiça - os dois com letras minúsculas - que permitem aos flanelinhas ou meliantes extorquirem condutores de veículos estacionados em áreas públicas, exigindo deles pagamentos para não terem os carros danificados.
Mas o que nos deixa perplexos é saber que existem no país até sindicatos legalizados dos flanelinhas. Isso é um absurdo. São coisas de um Brasil arcaico e assistencialista desmoralizante. A sindicalização profissional de guardador e lavador de carro de rua é a consagração oficial da malandragem, da vagabundagem, dos que não querem procurar trabalho sério, preferindo viver na sombra da Justiça, extorquindo os cidadãos.
Mas tudo ocorre por culpa exclusiva de parcela da sociedade que se compadece com a situação de vida de certos elementos, que não querem pegar no batente e trabalhar com responsabilidade em profissão honesta, e permite, sem contestar as autoridades competentes, que tais sindicatos sejam reconhecidos.
Não tenho dúvida de que o reconhecimento desses sindicatos é promovido por meio da iniciativa de políticos pertencentes a partidos que se autoproclamam defensores dos trabalhadores. Mas na verdade, o objetivo final dos políticos que se identificam com a situação dos flanelinhas em geral é estabelecer nos sindicatos um nicho onde possam abiscoitar votos nas eleições.
Assim, está na hora de o Legislativo Federal arrostar a matéria aqui tratada de modo a combater o abuso deliberado dos flanelinhas nas cidades, aprovando lei específica, inclusive que inviabilize a existência dos sindicatos correspondentes.