Gilmar Mendes diz que há corrupção na Lava Jato e no MPF
Ministro vê autismo institucional do STF, o que pode levar à ‘Constituição de Curitiba’ e cumplicidade de grandes patifarias
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aproveitou o julgamento do habeas corpus do ex-ministro Antonio Palocci para subir o tom das críticas ao Ministério Público Federal (MPF) afirmando que há corrupção na instituição, além de atacar o empoderamento de procuradores e juízes de primeira instância.
Gilmar ainda cobrou os colegas sustentando que o populismo constitucional e o autismo institucional adotado pela Corte pode permitir a criação da Constituição de Curitiba e levar o tribunal a ser “cúmplice de grandes patifarias que estão a ocorrer.”
A fala do ministro foi uma tentativa de convencer o plenário a adotar uma postura mais flexível sobre a admissão dos habeas corpus. No STF, a 1ª e a 2ª divergem sobre teses jurídicas para julgamentos de pedidos de liberdade.
Gilmar interrompeu o voto de Ricardo Lewandowski para apresentar suas considerações. O ministro começou afirmando que o advogado de Palocci – preso desde setembro de 2016 na Lava Jato – Roberto Batochio o procurou para informar que estava deixando a representação do ex-ministro da Fazenda no HC porque era uma exigência da Força-Tarefa de Curitiba para a negociações sobre uma colaboração premiada. “Estou deixando o caso porque Curitiba assim exige. São palavras do doutor Batochio. Temos que escolher os advogados [ para delação] e eu não sou bem visto”, contou o ministro, cobrando transparência da procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
E questionou: o que se quer é criar um Estado policial? Empoderar essa gente que está totalmente empoderada?