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3 de Maio de 2024

Homens são chicoteados em trem no Rio por agentes da SuperVia

Publicado por OAB - Rio de Janeiro
há 15 anos
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"Sou trabalhador, acordei às 5h da manhã para trabalhar", desabafou Carlos dos Santos Fernandes, um dos passageiros que diz ter levado socos e chicotadas nesta manhã por agentes da SuperVia, concessionária do transporte ferroviário do Rio, durante o desembarque na estação de Madureira. Ele, e outro passageiro, foram à 29ª DP (Madureira) registrar o caso.

Segundo Carlos, que diz ter sido alvo de socos no rosto e no peito, e chicotadas no braço, cerca de dez agentes participaram das agressões. Carlos contou ainda que dois policiais militares viram toda a ação e nada fizeram para impedir. A vítima afirma que toda a ação, inclusive a suposta inércia da PM, foi filmada por outro passageiro pelo celular.

Procurada pelo G1, a assessoria da PM disse que, até o momento, não recebeu nenhuma reclamação sobre os policiais, mas promete que vai apurar o caso junto ao batalhão da área.

O passageiro, que tem 22 anos, mora em Engenheiro Pedreira, na Baixada Fluminense, e trabalha como auxiliar de serviços gerais numa loja de móveis em Madureira, diz que pegou o trem por volta das 6h20. Quando chegou à estação foi surpreendido pelo tumulto. "As portas dos vagões estavam abertas. Eu estava tentando saltar para ir para o trabalho, mas os funcionários da SuperVia não deixavam. Tinha até um homem dando soco inglês e a PM não fez nada" .

Olavo Dahlskjaer, de 23 anos, disse na delegacia que levou dois socos nas costelas e uma chicotada na perna durante o desembarque em Madureira, além de ter tido a mochila rasgada. "Eu filmei tudo. Aparece a PM parada, não fazendo nada para impedir. Os funcionários bateram em muitas pessoas, inclusive senhoras, mulheres com crianças no colo e idosos. Foi geral. Quem tava na frente, eles davam chicotadas".

A 29ª DP já abriu uma investigação para apurar o caso. Segundo o responsável o inspetor Valdir Rodrigues dos Santos, as duas vítimas serão encaminhadas para exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal. O inspetor explica também que a SuperVia deve ser oficiada para identificar os funcionários suspeitos de agressão. Após a investigação, o delegado decide se vai abrir inquérito ou não sobre o caso.

Imagens flagraram agressão

(clique aqui para assistir)

Imagens flagraram na manhã desta quarta-feira (15) agentes da SuperVia agredindo passageiros na estação de Madureira. As imagens mostram que os agressores chegaram a utilizar uma espécie de chicote contra eles.

O que diz a SuperVia

A SuperVia divulgou nota sobre o incidente e promete tomar providências: "Com relação às imagens dessa manhã, na estação de Madureira, a SuperVia Concessionária de Transporte Ferroviário S/A, informa que os agentes de controle são orientados a coibir tentativas de depredação ao patrimônio público, atos de vandalismo e condutas que coloquem em risco os demais passageiros e a operação regular dos trens.

Os excessos apresentados não estão de acordo com o Código de Ética e Conduta da SuperVia e as ações dos vândalos não servem de razão para reações violentas. É importante ressaltar que todos os agentes de controle são treinados para tratar com respeito e dignidade os passageiros. Neste caso, a Empresa irá apurar rigorosamente os fatos e tomar as devidas providências".

Concessionária confirma um detido

O diretor de marketing da SuperVia, José Carlos Leitão, falou, em entrevista por telefone à Globonews, que um funcionário da concessionária foi afastado após o incidente. As imagens mostram, no entanto, três ou quatro agentes agredindo os passageiros mesmo após as portas dos vagões terem sido fechadas e já com o trem em movimento.

Segundo ele, os funcionários não são orientados a agredir passageiros, mas ele não descarta a possibilidade de terem havidos excessos por parte dos agentes. Leitão informou ainda que a Polícia Militar foi chamada e que só este ano 200 pessoas foram presas por impedir o fechamento das portas dos vagões.

"É preciso lembrar que estamos vivendo neste momento, por culpa do sindicato, uma situação anormal. Os ânimos estão muito exaltados e nós não sabemos, estamos apurando neste momento, o que é que exatamente houve. A pessoa pode ter sido provocada. Havia um princípio de tumulto na estação e convenhamos que quem segura as portas é marginal e num momento desses não dá para chegar para chegar para pessoa e pedir 'por favor, o senhor gostaria de sair à porta, o senhor está impedindo o prosseguimento da viagem do trem'. Podem ter havido realmente excessos, mas volto a lembrar que segurar a porta é crime e esse ano já foram 200 para a cadeia".

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