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30 de Abril de 2024

Inquérito de suicídio da mãe de Bernardo é alvo de contestação

Avó materna, Jussara Uglione, sustenta que a filha não cometeu suicídio. Inquérito aponta morte no consultório do pai da criança, Leandro Boldrini.

Publicado por Gm M.
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Odilaine Uglione Boldrini, mãe de Bernardo Boldrini, encontrado morto na segunda-feira (14) da semana passada, faleceu em fevereiro de 2010, em Três Passos, na Região Noroeste do Rio Grande do Sul. Mais de quatro anos depois, a causa da morte dela ainda causa polêmica no município. O inquérito policial, obtido confirma a hipótese de suicídio, mas Jussara Uglione, mãe da vítima, não acredita que a filha seria capaz de tirar a própria vida.

O advogado da avó materna de Bernardo, Marlon Taborda, contesta o resultado da investigação e afirma que irá pedir a reabertura do inquérito. “O exame pericial residual da pólvora foi feito pelo mesmo médico que atendeu na Central de Tratamento Intensivo (CTI). Era uma pessoa muito amiga do pai de Bernardo. Não temos a certeza de que esse exame foi realmente, se esse exame foi feito no pai”, afirma o defensor.

De acordo com a polícia, Odilaine teria cometido suicídio dentro do consultório do pai de Bernardo, Leandro Boldrini, no dia 10 de fevereiro de 2010. No documento, consta que ela comprou um revólver calibre 38 pouco antes de ir à clinica. Além disso, também há o registro de um bilhete em que a secretária do médico, Andressa Wagner, entregaria ao patrão, alertando sobre a chegada de Odilaine. O processo conta com depoimentos de testemunhas que estavam na sala de espera no dia da morte e com documentos referentes a uma possível divisão da pensão a ser paga após o processo de separação do casal.

Andressa confirma a versão. Segundo ela, Odilaine chegou à clínica em um dia de bastante movimento e foi direto para o consultório de Boldrini. A mãe de Bernardo teria pedido para não ser incomodada e para que o médico não fosse alertado sobre sua presença. Andressa ressalta que tudo aconteceu muito rápido, menos de três minutos após a chegada de Boldrini.

“O doutor ia chegar em seguida, então pensei em fazer o bilhete, mas não deu tempo de avisar. Ele chegou e abriu a porta rapidamente. Passou correndo e gritando ‘socorro, suicídio’. Aí escutei aquele estampido. Não tenho dúvidas de que ela se matou”, ressalta.

A delegada Caroline Machado, que investiga a morte de Bernardo, trabalhou no caso de Odilaine, em 2010. Ela reforça a versão do inquérito, mas não descarta reabrir o processo. “Com as provas que nós tínhamos, ficou concluído que foi suicídio. Se surgir um fato novo, que não tenha chegado ao nosso conhecimento e seja relevante para o fato da morte dela, vai ser reaberto”, destaca.

O fato é que a morte de Odilaine mudou o rumo da vida de Bernardo, que passou a buscar amparo e carinho com vizinhos e pessoas próximas à família. “Ele foi procurar fora, na casa dos outros. Talvez procurando uma mãe em cada casa”, afirma a representante comercial Cláudia Scarpato, que morava próxima à casa do garoto.

Uma das tantas casas que acolheram Bernardo foi a da família Petry. O menino frequentava a residência diariamente e chegou a ganhar um quarto e um armário com roupas. Juçara Petry, empresária e amiga de Odilaine, ressalta o carinho que a mãe tinha pelo garoto. “Ela cuidava muito dele. Era protetora ao extremo. No momento em que a mãe faleceu, desabou. Ele vinha sempre nos procurar. Nos tinha como uma segunda família. É um filho que a gente perdeu”, diz.

Sofrendo com a perda da filha e do neto, Jussara Oglione só tem um desejo. “Busco justiça. Duplamente. Sei que não vai devolver minha filha, nem meu neto, mas eu preciso saber a verdade”, afirma.

Fonte: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2014/04/inquerito-de-suicidio-da-mae-de-bernardoe...

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