Já pensou em trabalhar com Direito Desportivo?
Advogado André Sica dá dicas a estudantes que desejam seguir a carreira e explica crescimento dos E-Sports
O advogado André Sica é o responsável pela área de Direito Desportivo do escritório CSMV Advogados. Atuando no cargo desde 2009, após fazer um curso no exterior sobre Direito Desportivo e posteriormente sair do escritório Pinheiro Neto Advogados, ele destaca em entrevista ao JOTA o aumento das demandas de um setor ainda novo na advocacia nacional: o e-sport, ou esporte eletrônico. A modalidade já é responsável por quase metade de suas demandas e, segundo o advogado, ainda não atingiu a sua capacidade total de crescimento.
“Os clubes [de esporte eletrônico] já nasceram neste século, ou seja, já adotaram o modelo empresarial. Os seus gestores são full-time na função de comandante. Por isso esses esportes cresceram de maneira tão grande em um curto espaço de tempo”, explicou o advogado.
Ele conta que começou a trabalhar na área em 2013 e, na época, “praticamente pagava para atuar com esporte eletrônico”. Com o tempo, avalia, o investimento deu certo. “Esse setor se tornou realidade e o estouro dela ainda está por vir”, aponta. André também comentou sobre o mercado de trabalho do Direito Desportivo em geral e deu dicas aos estudantes que pretendem se especializar no assunto. “A primeira dica é perceber que os grandes advogados de Direito Desportivo são ótimos profissionais generalistas”, explicou.
Para o advogado, o atual mercado da área está em evolução, apesar de ainda ser dominado pelo Futebol, deixando a atuação em outras modalidades esportivas com um pouca restritas no caso de esportes como basquete e vôlei, por exemplo.
“É uma evolução que acontece devido a uma questão bastante simples: o mercado está passando do amadorismo, pois o esporte sempre foi tratado como algo recreativo, para o profissionalismo”, explicou Sica.
O advogado também teve o privilégio de atuar em casos no tribunal Federação Internacional de Futebol (FIFA). De acordo com Sica, a corte julga grandes casos envolvendo “grandes transferências, grandes clubes e atletas”. Ele explica ser necessário conhecer os próprios regulamentos da FIFA e também a legislação Suíça, que é a usada para os casos desportivos.
“O profissional precisa de uma ótima oratória, pois a audiência é extremamente importante e a defesa oral tem que ser muito forte. Essas audiências normalmente acontecem na Suíça. É uma parte romântica do trabalho. É uma das coisas que faz esse mercado ser tão atrativo e chamar a atenção”, afirmou Sica.