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4 de Maio de 2024

Médicos reclamam de interferência dos planos de saúde em tratamentos

Publicado por Espaço Vital
há 13 anos
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Pesquisa do instituto Datafolha, encomendada pela Associação Paulista de Medicina (APM) e pela Associação Brasileira de Medicina (AMB), revelou que 92% dos médicos brasileiros afirmaram que os planos de saúde interferem de alguma forma em sua autonomia técnica. Cerca de dois em cada dez doutores alegam que este é um procedimento comum a todos os planos ou seguros de saúde.

Conforme o levantamento, que foi realizado com 2.184 médicos, a interferência ocorre em todas as regiões do país, com índices que variam entre 90% e 95%.

Entre as maiores intervenções relatadas estão as glosas de procedimento ou medidas terapêuticas (78%) e ingerência no número de exames (75%). Em seguida aparecem as restrições a doenças pré-existentes e a interferência em atos diagnósticos e terapêuticos mediante designação de auditores.

Dos médicos entrevistados, 80% atendem apenas por planos ou seguros de saúde, enquanto os outros 20% representam consultas particulares. Atualmente, o Sudeste concentra 55% dos profissionais no país. Na pesquisa, os médicos também atribuíram notas ao trabalho das operadoras. A média nacional ficou em 5 em uma escala que vai de zero a dez. Os mais críticos estão localizados no Centro-Oeste (4) e no Sudeste (4,9).

Segundo o Datafolha, a Cassi foi considerada a operadora que mais interfere na autonomia técnica do médico, tendo sido citada entre os três planos que mais fazem intervenções em todos os sete serviços avaliados. A Amil, mencionada em cinco aspectos, ficou com a segunda posição no ranking de maior presença.

O presidente da APM, Jorge Carlos Machado Curi, observou que a ingerência das operadoras na saúde suplementar, que veio para auxiliar a saúde pública, prejudica a população e traz prejuízos financeiros ao setor, além de colocar em risco, em determinadas situações, a vida de pessoas que necessitam de atendimento rápido.

Os dados do levantamento mostram que infelizmente, não estamos cumprindo o papel que se espera de nós. O exercício da medicina está sendo prejudicado por intervenções em nosso trabalho, afirmou Curi.

Segundo ele, já há casos de pacientes que deixaram o sistema suplementar para recorrer ao setor público, que notadamente carece de financiamentos para ampliar sua cobertura de forma eficaz.

Já o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), José Luiz Gomes do Amaral, avaliou que falta transparência no atendimento da saúde e defendeu a revisão na regulamentação das relações entre as operadoras e os prestadores de serviço.

Deixar isso apenas por escrito é tripudiar sobre os direitos da sociedade. Se não tiver independência, não termos condições de exercer plenamente o exercício da medicina, disse Gomes do Amaral.

A pesquisa foi feita entre os dias 23 de junho e 24 de agosto. A margem de erro máxima, considerando um nível de confiança de 95%, é de cinco pontos percentuais. (Com informações do Valor Econômico)

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