Ministério Público denuncia médico por morte de paciente
Após tratamento defeituoso, paciente veio a falecer.
A primeira audiência de instrução e julgamento de um médico acusado de crime culposo (sem intenção de matar) por erro médico na morte da engenheira da Chesf Urbana Possidonio de Barros Carvalho, está marcada para o próximo dia 15 de dezembro, na Primeira Vara Criminal da Capital, situada na Ilha Joana Bezerra, área central do Recife.
A decisao do Ministério Público de Pernambuco foi comunicada esta semana aos parentes da vítima, que morreu há dois anos e oito meses após cirurgia de histerectomia devido a um mioma. De acordo com a irmã dela, a pedagoga Urbaneide Beltrão, o procedimento deu errado, o que provocou o falecimento de Urbana.“O médico acabou perfurando o intestino dela durante a cirurgia, mas, apesar de queixas de dor, ele não a tratou.
Ela passou dois dias sofrendo, até que o médico plantonista do hospital onde foi realizada a cirurgia pediu uma tomografia computadorizada no abdômen e descobriu o que havia ocorrido”, explicou. Mesmo assim, a vida dela não pode ser salva.
Aos 47 anos, Urbana Possidonio deixou um casal de filhos, agora com 24 e 17 anos, e o marido.“Embora tenha se passado muito tempo e ocorrido muitas dificuldades na investigação nunca deixamos de acreditar.
Tudo que queremos é que a justiça seja feita, nada mais”, declarou Urbaneide. Depois da morte da engenheira, os parentes dela fundaram a Associação das Vítimas de Erro Médico do Estado de Pernambuco (Asvem). De acordo com o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) foi aberto procedimento para investigar a conduta médica, que foi arquivado porque a comissão não encontrou infração ao código de ética médica. Contudo a família recorreu ao Conselho Federal de Medicina (CFM), que deve apreciar o caso ainda este mês.
O caso No dia 29 de agosto de 2013 Urbania internou-se em um hospital particular no Recife para se submeter à cirurgia. No dia seguinte, com o quadro agravado, a vítima estava vomitando secreção escura e o abdômen se encontrava extremamente distendido e dolorido.
Ela também se queixava de falta de ar. Após a tomografia, detectou-se grande quantidade de líquido e gases livres na cavidade abdominal e por telefone foi suspensa a dieta. Informado do quadro grave, o acusado submeteu a vítima a outro procedimento com cirurgião geral, onde ocorreu broncoaspiração de fezes, precisando ser traqueostomizada para então suturar a lesão do intestino. Ela foi remetida à UTI em estado gravíssimo.
A mulher ainda se submeteu a outro procedimento cirúrgico até o óbito, no dia 8 de outubro de 2013.