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2 de Maio de 2024

Ministro do TCU não vai conduzir investigação sobre filho de Cedraz

Ministros não querem assumir relatoria do processo, por considerarem que seria um desgaste perante Aroldo Cedraz, presidente do órgão e pai do investigado Tiago Cedraz

há 9 anos
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O ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), avisou aos colegas de plenário nesta quarta-feira que não vai, por ora, conduzir investigação sobre denúncias de tráfico de influência envolvendo o advogado Tiago Cedraz, filho do presidente da Corte, Aroldo Cedraz. O TCU anunciou há quase um mês a abertura de uma apuração preliminar sobre o caso, que não avançou. Ministros resistem em assumir a relatoria do processo, sob o argumento de que seria um constrangimento e um desgaste perante Aroldo Cedraz.

Em julho, o escritório do advogado foi alvo de buscas na Operação Politeia, braço da Lava Jato que apura a suposta atuação dele para influenciar decisões da Corte, com base em depoimentos do dono da UTC, Ricardo Pessoa, delator do esquema de corrupção na Petrobras.

Tiago fez fortuna à frente da banca, com forte presença no órgão comandado pelo pai. Circula com desenvoltura pelos gabinetes da corte e tem relações próximas com alguns ministros. Um relatório do TCU, obtido por meio da Lei de Acesso à Informação, relaciona ao menos 79 visitas dele ao prédio do tribunal em Brasília desde o fim de 2006, ano em que começou a atuar como advogado.

A investigação preliminar foi instaurada por Raimundo Carreiro, corregedor do TCU, mas ele não ficou à frente do caso, pois foi citado na delação de Pessoa. Em depoimento, o empresário disse ter pago 1 milhão de reais para que Tiago atuasse em caso relacionado a obras na usina de Angra 3. No TCU, Carreiro é o relator de processos sobre essas obras. O ministro e Tiago negam qualquer participação em ilícitos.

Nardes foi sorteado o relator na semana passada e, desde então, vem dizendo que não decidiu se ficará na função. O aviso de que não vai assumir a relatoria, ao menos por enquanto, foi discutido em sessão reservada do tribunal, com os demais ministros. A justificativa é que Carreiro, como corregedor, tem de definir primeiro sua situação, declarando-se oficialmente suspeito ou impedido para conduzir a investigação.

O impasse ainda não tem solução. Os integrantes da Corte discutem a possibilidade de que uma comissão de ministros leve a apuração adiante. Uma decisão a respeito, contudo, não foi tomada. "Isso é um abacaxi", disse, reservadamente, um dos ministros.

Nesta quarta-feira, Nardes não foi encontrado para comentar o assunto.

(Com Estadão Conteúdo)

http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/ministro-do-tcu-nao-vai-conduzir-investigacao-sobre-trafico-...

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