MPT processa dono da Havan por ‘coagir’ empregados a votar em Bolsonaro
Empresário defendeu o candidato do PSL e ameaçou fechar lojas e dispensar funcionários caso ele não se eleja
O Ministério Público do Trabalho (MPT) apresentou um procedimento de tutela antecipada em caráter antecedente para que o proprietário da loja Havan, Luciano Hang, seja multado em R$ 1 milhão caso volte a “coagir” funcionários a votarem no candidato Jair Bolsonaro (PSL) nas eleições deste ano.
Na peça, a Procuradoria do Trabalho de Blumenau relata que recebeu mais de 20 notícias de fato que acusam o empresário de constranger funcionários a escolherem o candidato à Presidência da República de sua preferência.
Analisando os fatos, diz o MPT, verifica-se que Hang fez um “ato cívico” em promoção a Bolsonaro em que os empregados da Havan foram obrigados a participar.
“O proprietário da rede de lojas, após fazer com que os funcionários cantassem o hino nacional, fez a defesa do candidato à Presidência da República de sua predileção, por quase meia hora, constrangendo os seus funcionários a votarem em referido candidato, sob ameaças abertas de fechamento de lojas e dispensa de funcionários”, diz a peça assinada pelos procuradores do Trabalho Márcia Aliaga, Bruna Bonfate, Lincoln Cordeiro e Elisiane dos Santos.
O ocorrido foi transmitido ao vivo nas redes sociais e ganhou repercussão nacional, destaca o MPT, que faz duras críticas à conduta do empresário.