Negado pedido de Aécio Neves: ele queria ser julgado por Gilmar Mendes
A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, determinou a redistribuição do inquérito que investiga o pagamento de vantagens indevidas ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) para “ajudar” a Odebrecht em seus interesses nas usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira.
Cármen Lúcia negou o pedido da defesa de Aécio para que um dos inquéritos contra ele na corte fosse enviado ao gabinete do ministro Gilmar Mendes. Segundo a tese defensiva, “há relação entre delações da Odebrecht e inquérito sobre desvios de Furnas”.
O advogado do senador, Alberto Toron, argumentou que o caso envolve o setor elétrico, mesmo tema de outro inquérito relatado por Gilmar Mendes, no qual Aécio é investigado por desvios na diretoria de Furnas, uma das subsidiárias da Eletrobrás.
Cármen Lúcia, porém, não viu conexão entre os casos e determinou que o inquérito — hoje nas mãos do ministro Edson Fachin, responsável por julgar questões da operação Lava Jato, seja encaminhado para o mesmo relator a ser sorteado para tratar de outras cinco investigações sobre desvios nas obras do Projeto Madeira.
Só por sorteio é que os autos a que a defesa de Aécio se referem poderão, eventualmente, ser distribuídos a Mendes. Ele é integrante da 2ª Turma, juntamente com os ministros Edson Fachin (presidente), Celso de Mello, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli. (Inquéritos nºs 4436 e 4433).