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17 de Maio de 2024

Notas de um jovem advogado - Nota nº. 1: Não devo abrir mão da ética e transparência

Publicado por Déborah Alcure
há 4 anos
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Sabe aquelas notas mentais que são feitas depois de determinada situação? Neste caso, tais notas viraram um texto, por isso mesmo foi escrito na primeira pessoa. Depois me conta sua opinião aqui nos comentários!

Há algumas semanas aconteceu um episódio que me deixou, inicialmente, super incomodada, mas que foi um convite a reflexão! Atendi uma possível cliente que queria a Solução X para determinada demanda. Pois bem. Estudei, conversei com outros profissionais, quebrei a cabeça… mas não consegui visualizar um caminho para alcançar a tal Solução X.

Sendo assim, ao apresentar a proposta de honorários, indiquei as soluções que entendia serem cabíveis para o problema em questão, mas deixei CLARO que EU (Déborah, quem vos escreve) não conseguia visualizar a Solução X.

Nossa reunião inicial havia sido bem proveitosa, inclusive cheguei a sanar algumas dúvidas ainda em reunião, mas depois que enviei a proposta, nem retorno eu tive. Devido a isso, ansiosa que sou, comecei a pensar no que poderia ter feito de errado para sequer ter recebido um “Obrigada” ou “Ok, vou ver e te falo” (sério, nem um joinha!).

Mas a conclusão que cheguei foi: Não. Eu não fiz nada de errado! Ora, eu tenho conhecimento sobre a máteria, ainda assim estudei e troquei ideia com outros (bons) profissionais que atuam na área e eu admiro, mas não consegui visualizar a Solução X e, devido ao meu compromisso com a ética e transparência, foi isso exatamente isso que informei!

Não acho certo (óbvio, porque realmente não é!) prometer algo que, sabidamente, não vou conseguir cumprir. Todas as pessoas quando procuram um profissional de qualquer área, seja advogado, contador, médico, engenheiro... levam em consideração as informações que são passadas e tomam aquilo como autêntico. Afinal, ele entende daquilo que está falando.

Portanto, ignorar as soluções possíveis e simplesmente “falar o que o cliente quer ouvir” é uma falta de compromisso com a verdade, pois assim estaria dando a ele a falsa esperança de que aquilo é possível.

Seria pretensão minha AFIRMAR que não existe a Solução X, mas como disse acima, tudo o que estava no meu alcance ser feito, foi feito e, ainda assim, não vislumbrei caminhos para alcançá-la. Portanto, não há nada que eu deva me preocupar! Por mais que esse eventual cliente sequer tenha se dado o trabalho de agradecer o meu retorno, fiz certo em não prometer algo que não iria conseguir entregar, evitando, assim, que fosse gerada expectativa de êxito que, ao final de uma longa demanda judicial, seria (previsivelmente) frustrada.

Disso tudo, tiro como lição que: é necessário sempre dar o meu melhor e agir com transparência e ética, não apenas pelo outro, mas para que eu fique com a consciência tranquila e, sobretudo, saber que o “meu” melhor pode não ser o suficiente para outra pessoa e está tudo bem!

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