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1 de Maio de 2024

Novo advogado de Cabral também decide deixar negociação por acordo de delação.

Será que existe um bom motivo processual?

Publicado por Vanessa Moraes
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A mudança na estratégia de defesa do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB), que optou por tentar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) — a informação foi revelada e sofreu nova reviravolta.

As negociações aconteceriam entre o advogado João Bernardo Kappen , o MPF e a Procuradoria-Geral da República, mas, na noite deste domingo, ele informou que outro escritório vai assumir o caso. Há duas semanas, ele havia recebido uma procuração do ex-governador para representá-lo nas conversas com as autoridades.

Não foi a única baixa. O advogado Rodrigo Roca, que assumiu as ações em meados de 2017, resolveu deixar o caso também neste domingo. Ele não concorda com os novos planos do ex-governador.

Com a recente condenação em segunda instância na Operação Calicute e a colaboração premiada de Carlos Miranda, seu ex-operador financeiro, Cabral viu estreitarem os caminhos de sua defesa pelas vias fora da delação.

Entre as promessas do ex-governador, estão revelações sobre corrupção no Poder Judiciário e entre ex-integrantes do alto escalão do Ministério Público do Estado do Rio — o ex-procurador-geral de Justiça Cláudio Lopes chegou a ser preso sob a acusação de receber uma mesada para proteger o ex-governador.

Também está no cardápio a confissão sobre a compra de votos para a organização dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. O esquema já foi alvo do MPF na Operação Unfair Play — Cabral é réu no processo —, e a possível nova postura sobre os Jogos representaria uma mudança brusca em relação a outras declarações dele sobre o tema.

Professor de Direito Penal da UFRJ, Francisco Ortigão explica que os benefícios estarão relacionados com a “efetividade” dos depoimentos.

— Nos processos em que já foi condenado, ele pode ter uma progressão de regime diferenciada. Em cima de novas revelações, é possível ter perdão em determinados crimes e redução de até dois terços na pena privativa de liberdade.

A possível delação representa uma nova alteração na estratégia de defesa de Cabral, cujas penas somadas na Lava-Jato já ultrapassam 197 anos. No início, o ex-governador negava ter cometido qualquer crime; depois, passou a admitir que usou para fins pessoas recursos de caixa dois de campanhas eleitorais; recentemente, decidiu ficar em silêncio nos depoimentos — na semana passada, uma audiência da Operação Ponto Final foi adiada após Cabral e outro réu informarem que não responderiam às perguntas.

Em outro momento, Cabral chegou a propor a autoridades da Lava-Jato a confissão de crimes em troca da prisão domiciliar, mas a conversa não prosperou.

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