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16 de Junho de 2024

Novo mapa da violência expõe o racismo no Brasil

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a partir do começo deste século, teve efeitos importantes na legislação e gerou mudanças em alguns campos, como na educação. No entanto, o novo mapa da violência, A cor dos homicídios no Brasil, chega como um alerta ao governo e aos que defendem que a todos os cidadãos, independentemente da origem étnica e da cor da pelé, se garanta um tratamento justo. Essa é uma questão importante em um país com enorme diversidade social.

Os dados da pesquisa feita pelo sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz não deixam dúvida: é um mito a crença de que não existe racismo no Brasil e que nossas iniquidades se devem tão somente às desigualdades de classe e não a processos estruturais de discriminação racial e étnica. Só vamos resolver a questão quando reconhecermos que temos aqui uma significativa parcela da população racialmente discriminada.

Os efeitos dessa discriminação podem ser fatais, como revela a pesquisa. De cada cem assassinatos cometidos no Brasil, 65 têm como vítimas os negros, homens e mulheres. A proporção em Belo Horizonte é pior: são assassinados mais do triplo de negros que brancos na capital mineira.

No Brasil, o número de homicídios de negros cresceu nos últimos oito anos, enquanto diminuía o de brancos. Em 2002, foram assassinados 26.952 negros e 18.867 brancos. Em 2010, o número passou, respectivamente, para 34.983 e 14.047. Ou seja, aumentou em 30% o assassinato de negros e diminuiu em 25% o de brancos.

Outro dado preocupante da pesquisa é o aumento do assassinato de jovens negros no Brasil. A taxa é de 89,3 mortes a cada 100 mil habitantes negros de 20 anos contra 31 para brancos da mesma idade. Nos últimos oito anos, diminuíram em 33% os assassinatos de jovens brancos, enquanto a taxa aumentava em 23,4% entre os jovens negros. Em Maceió, capital de Alagoas, a taxa é de 328,8.

É significativo que a violência contra os negros tenha aumentado no momento em que a legislação antidiscriminação racial comece a ter alguns resultados positivos.

Mas tal fato não deve servir de desestímulo. É preciso continuar criando oportunidades educacionais para a população mais pobre, em especial para jovens negros e índios. O jovem dessas etnias estará assim mais bem preparado para entrar em um mercado de trabalho que é também racista, sexista e discriminador. Não vamos avançar nessa questão, se não pudermos identificá-la. (Hoje em Dia)

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