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7 de Maio de 2024

O século XXI será da Psicologia, garante pesquisador

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O pesquisador Wanderley Codo, doutor em psicologia, previu que da

mesma forma que o século XX foi dominado pela Física, o XXI será pela

Psicologia. Codo foi escolhido pelo Sindicato dos Psicólogos de Santa

Catarina (SinPsi) para trocar ideais com os profissionais da

categoria a propósito da passagem dos 50 anos de regulamentação da

profissão, comemorado nesta segunda-feira (27), no Plenarinho Paulo

Stuart Wright da Assembleia Legislativa. A iniciativa da homenagem partiu da deputada Ana Paula Lima (PT).

Para Codo, os tempos atuais enfatizam fortemente a subjetividade e

priorizam as emoções. “Hoje está nas mãos do psicólogo a solução da

maior parte dos problemas que afligem a humanidade, mas é claro que

não estamos preparados para isso”, declarou. Ele afirmou ser comum que

áreas do conhecimento que se estabeleceram recentemente passem por

crises de identidade. “A psicologia é uma adolescente, está tudo por

fazer. Ainda dá para torcer o pepino”, comparou Codo.

Em tom satírico, ele afirmou que o psicólogo não diz ao paciente a que

veio, não sabe qual problema tem, não tem ideia do que fazer, não tem

certeza se o tratamento vai dar certo, nem quanto tempo vai durar. “E

as pessoas ainda pagam pelos nossos serviços”, declarou, arrancando

gargalhadas da plateia. “Mas pagam porque precisam”, completou,

enfatizando a responsabilidade do profissional de responder por uma

demanda social estabelecida e crescente.

O lugar do psicólogo

Codo defendeu que a dificuldade de organização dos psicólogos, em

sindicatos, por exemplo, deriva de circunstâncias objetivas. Ele

explicou que uma classe profissional é reconhecida pelo lugar que

ocupa no mundo da produção. Entretanto, segundo Codo, os psicólogos

são diferentes entre si e ocupam lugares distintos. “O psicólogo

clínico não faz a mesma coisa que o psicólogo que atua na escola”,

afirmou.

Jornada de trabalho

O pesquisador criticou a iniciativa de institucionalizar uma jornada

de trabalho de 30 horas para os psicólogos. “A jornada de trabalho

acabou, ninguém mais tem, o psicólogo muito menos”, explicou. De

acordo com Codo, pode ocorrer de o profissional ter um insight quando

assiste à novela, em casa, longe do consultório, e relacionar o

comportamento de uma personagem com o do paciente. “Não dá para

aplicar ao psicólogo a mesma lógica do trabalho de fábrica, não vai

dar certo”.

Cuidador

Para o pesquisador, o psicólogo é um cuidador de pessoas e está

sujeito, no exercício da sua profissão, de “fadiga por compaixão”.

Os sintomas dessa fadiga são despersonalização e baixo

comprometimento profissional. “A compaixão é bela, dá prazer e também

produz dor, mas a psicologia não pode ser exercida sem ela”, afirmou.

(Vitor Santos)

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