OAB diz que 30 advogados são investigados em supostas vendas de sentenças
Cerca de 30 advogados, cinco magistrados e servidores do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) estão sendo investigados pela Polícia Federal (PF), por envolvimento em um suposto ‘esquema’ de venda de alvarás de soltura, ocorrido na 2ª Instância do Judiciário Estadual, conforme o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/CE), Valdetário Monteiro. Segundo ele, conversas entre detentos dos presídios cearenses se espalharam e fizeram com que traficantes de outros Estados pedissem a transferência para o Ceará, para se beneficiarem da possível compra de sentenças.
Conforme Monteiro, traficantes do Rio de Janeiro, de São Paulo do Rio Grande do Sul, Minas Gerais estavam sendo transferidos para o Ceará, onde postulavam nos fins de semana, a possibilidade de conseguirem liminares que promoveriam sua soltura.
O presidente da Ordem disse ainda que a negociação de liminares existiu de fato mas nem todos os advogados citados podem ser considerados culpados. “Entre os profissionais que ingressaram com pedidos de soltura no plantão temos os sérios, honestos, que trabalham direito. Devem ser separados dos que estavam burlando o sistema”, declarou.
O presidente da Instituição afirmou que o inquérito corre em segredo de justiça e detalhes ainda não podem ser revelados, mas quem for apontado como culpado pelas investigações, será excluído dos quadros da OAB. Os sigilos bancários e telefônicos dos advogados investigados foram quebrados, em 2014, por ordem do ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça e eles estavam sendo monitorados pela PF.
Na última segunda-feira (16), o desembargado Carlos Rodrigues Feitosa do Tribunal de Justiça do Ceará, foi afastado do cargo, à Justiça Federal e teve documentos apreendidos em seu gabinete durante uma operação da Polícia Federal (PF).
Fonte: Diário do Nordeste Verdes Mares