Os salários e a tesão; os honorários e a depressão...
Três operadores jurídicos conversavam, quinta-feira passada, em saudável happy hour.
Um deles, oriundo do Ministério Público, contou que, na noite anterior, fizera massagem na sua namorada, com azeite de oliva finíssimo, enquanto sussurrava ao ouvido dela a sua mais recente satisfação: a lei que concede à categoria uma gratificação por acúmulo de ofícios.
E confidenciou que, depois, transaram e que o onomatopeico clímax dela durara "mais de dois minutos". O outro integrante da roda, um juiz estadual, contou história semelhante:
- Massageei o corpo da minha mulher com um creme afrodisíaco, enquanto revelava a ela que vamos receber - além do salário - mais R$ 4 mil mensais, a título de auxílio-moradia. Eu disse a ela, ainda, que na terça-feira (30) o Conselho da Magistratura pode estar autorizando também o nosso auxílio alimentação.
E também confidenciou, na roda, que haviam transado e que o prolongado clímax fora "incrivelmente gostoso".
O terceiro era um advogado, que contou uma história diferente:
- Eu estava fazendo massagem na minha noiva, usando margarina, quando ela me perguntou se eu estava recebendo bons honorários. Contei, então, que faço parte daquele grupo de advogados que, nos últimos meses, tem recebido, por sentença, misérias sucumbenciais que variam de 40 a 100 reais.
Houve, então, um solidário silêncio, afinal interrompido por uma pergunta simultânea feita pelos outros dois: - E daí, o que aconteceu?... O advogado foi sincero: - Caímos num buraco negro. A minha noiva perdeu a libido, eu tomei um porre e lá pelas 10 da manhã acordamos em estado de profunda depressão! Agora estamos juntando dinheiro para consultar um psiquiatra...