Presidente de associação de bingos diz que proibição de jogos estimula criminalidade
O presidente da Associação Brasileira de Bingos, Cassinos e Similares (Abrabincs), Olavo Sales de Silveira, disse há pouco que a proibição dos jogos de azar no País estimula a criminalidade. Para ele, o tratamento do Brasil aos jogos reflete uma “posição cínica”, já que a prática continua acontecendo. “O jogo está proibido há 70 anos, e está com uma saúde muito boa. Não se vai extinguir a prática”, opinou.
Na visão dele, o que está em discussão é quem vai controlar os jogos: os criminosos ou os empresários. Ele defendeu a legalização justamente para que a prática vá para as mãos de empresários.
As declarações foram dadas em comissão geral no Plenário da Câmara sobre a proposta de marco de marco regulatório dos jogos de azar no Brasil (PL 442/91).
Em agosto, uma comissão especial aprovou o substitutivo do deputado Guilherme Mussi (PP-SP) ao PL 442/91, o qual legaliza e regulamenta as atividades de cassinos, jogo do bicho e bingos no País, inclusive o funcionamento de máquinas de videobingo, caça-níqueis, apostas e jogos on-line.
Além de legalizar os jogos, o projeto anistia todos os acusados da prática de exploração ilegal de jogos de azar e extingue os processos judiciais em tramitação. Um requerimento de urgência para o projeto poderá ser votado pelos deputados durante as sessões do Plenário.
Transtorno do jogo Já a doutora em Psicologia pela Universidade de Kansas e professora da Universidade de Brasília. Suely Sales Guimarães, acredita que a legalização pode aumentar a inocorrência de transtorno do jogo – “transtorno mental sério, que implica comportamento de dependência”.
Segundo ela, a pessoa com esse transtorno passa a viver quase exclusivamente para o jogo, podendo abandonar o trabalho e a família e ter comportamento violento. Além disso, o índice de suicídio entre os viciados seria muito alto. Ela acrescentou que a prática do jogo costuma estar associada ao abuso de substâncias tóxicas, como álcool e outras drogas, e a transtornos de humor. Conforme a especialista, em países em que a prática é legalizada, de 1% a 3% da população tem problemas sérios ou doentios com jogo.
O público poderá participar do debate pelo e-Democracia.
Íntegra da proposta:
Reportagem - Lara Haje | Edição - Marcia Becker